“Mulher, grande é a tua fé” - Igreja Metodista de Vila Isabel
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cia <strong>de</strong>la, Raquel, grávida outra vez, <strong>de</strong>u a luz a outro filho, cujo nascimento,<br />
diz a Bíblia, “lhe foi a ela penoso” e ela morreu. Esse filho, o<br />
caçula <strong>de</strong> Jacó, chamou-se Benjamim.<br />
Po<strong>de</strong>-se imaginar, pelo que foi narrado aqui, o amor sofrido<br />
<strong>de</strong> Raquel por seu marido, tendo sido obrigada (<strong>é</strong> claro que eram<br />
costumes da <strong>é</strong>poca) a “repartir” seu marido e não ter tido tempo para<br />
curtir os filhos do <strong>gran<strong>de</strong></strong> amor a Jacó. Felizmente, no entanto, com<br />
sua morte prematura, ela não sofreu com a ausência <strong>de</strong> Jos<strong>é</strong> que foi<br />
vendido como escravo por seus irmãos invejosos.<br />
Ao final <strong>de</strong> sua vida, reunido com todo o seu clã, ao <strong>de</strong>spedirse,<br />
Jacó relembra Raquel e fala do <strong>gran<strong>de</strong></strong> pesar que sentiu ao sepultála<br />
“ali no caminho <strong>de</strong> Efrata, que <strong>é</strong> Bel<strong>é</strong>m”.<br />
O poeta tinha toda a razão em seu soneto: “mais servira se<br />
não fora para tão longo amor tão curta a vida”.<br />
Tamar, a mulher que foi à luta<br />
Aqui temos uma história bíblica em que o sexo <strong>é</strong> usado <strong>de</strong><br />
forma diferente daquela visão <strong>de</strong> Sara, contudo, não menos válida. A<br />
história <strong>de</strong> Tamar e do seu relacionamento com seu sogro Judá e os<br />
filhos <strong>de</strong>le está no capítulo 38 do livro <strong>de</strong> Gênesis.. A narrativa bíblica<br />
<strong>é</strong> simples e compacta. Não dá muitos <strong>de</strong>talhes, a não ser os principais.<br />
Vale a pena ler, no entanto, a narrativa que está no volume<br />
terceiro (“Jos<strong>é</strong>, o Provedor) da tetralogia <strong>de</strong> Thomas Mann, o <strong>gran<strong>de</strong></strong><br />
escritor alemão, que tem o título geral <strong>de</strong> “Jos<strong>é</strong> e seus Irmãos”.<br />
Em sua narrativa – e vale a pena ler os quatro romances que<br />
compõem a tetralogia – Thomas Mann, com sua imaginação e<br />
criativida<strong>de</strong>, coloca um relacionamento entre ela e Jacó, em cujas<br />
conversas ele lhe mostra a história do seu povo, as narrativas do<br />
começo da Bíblia, o conhecimento <strong>de</strong> Jeová e, <strong>de</strong> ambas as partes,<br />
um possível <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> relacionamento amoroso entre um velho viúvo<br />
e uma jovem que bem po<strong>de</strong>ria ser sua neta. Da mesma forma, a<br />
ambiciosa jovem pensava em Judá. Todavia, como narra Thomas Mann,<br />
“seu amor-ambição se <strong>de</strong>ra fora <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> lugar”.<br />
Voltou então seus olhos para o primogênito <strong>de</strong> Judá, um jovem<br />
chamado Er, pedindo o apoio a Jacó para obter o que queria, isto <strong>é</strong>,<br />
influenciando Judá a dar-lhe o filho em casamento. Pouco tempo <strong>de</strong>pois<br />
da união, “porque era perverso, o Senhor o fez morrer”. Viúva,<br />
jovem, sem <strong>de</strong>scendência e sem herança, longe <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar-se ao luto<br />
pela separação tão trágica, esforça-se para que os costumes dos ju-<br />
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