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“Mulher, grande é a tua fé” - Igreja Metodista de Vila Isabel

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todos os dias, fizesse sol ou chuva, no local estrat<strong>é</strong>gico que era a calçada<br />

<strong>de</strong> nosso terreno. Algumas aventuravam-se a vendê-los na esquina <strong>de</strong><br />

28 <strong>de</strong> Setembro com Souza Franco, que, na <strong>é</strong>poca, era chamada <strong>de</strong><br />

“Ponto do Cem R<strong>é</strong>is”, isto <strong>é</strong> um ponto <strong>de</strong> seção, on<strong>de</strong> as pessoas, para<br />

economizar um tostão, assim se chamada a moeda <strong>de</strong> cem r<strong>é</strong>is, <strong>de</strong>sciam<br />

dos bon<strong>de</strong>s, mesmo quando iam para as proximida<strong>de</strong>s da Praça Sete,<br />

hoje chamada Barão <strong>de</strong> Drummond, e completavam o percurso a p<strong>é</strong>.<br />

A compra do nosso terreno, adquirido da Cia. <strong>de</strong> Carris, Luz e<br />

Força, a Light”, foi um verda<strong>de</strong>ira epop<strong>é</strong>ia. Foi muita visão daquele<br />

grupo <strong>de</strong> membros, pobres e humil<strong>de</strong>s, mas que queriam o melhor<br />

para a igreja. Pois bem, quando se planejavam os “finalmentes”, isto<br />

<strong>é</strong>, a construção do templo, a “Light” se arrepen<strong>de</strong>u da venda e quis<br />

comprar o terreno <strong>de</strong> volta. Ofereceu então “um negócio da China”,<br />

assim se chamavam os bons negócios na <strong>é</strong>poca. Ela receberia o seu<br />

terreno <strong>de</strong> volta, perdoaria o restante da dívida e, em troca, daria à<br />

igreja, numa rua lateral, na certa distante da 28 <strong>de</strong> Setembro, um<br />

templo pronto. Preocupados com a dívida, os anciãos da igreja estava<br />

quase topando o negócio. Que só não foi feito porque as mulheres<br />

não <strong>de</strong>ixaram e seu argumento foi <strong>de</strong>cisivo. “O nosso sonho era ter<br />

um templo na rua principal do bairro. Não se po<strong>de</strong> abrir mão <strong>de</strong> um<br />

sonho”. E o negócio não foi feito, graças à obstinação e visão das<br />

mulheres <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>Isabel</strong>. A história mostrou que elas estavam com a<br />

razão. O nosso templo foi inaugurado e consagrado em agosto <strong>de</strong><br />

1922. Naquele tempo, para ser consagrado um novo templo, era preciso<br />

que não restasse nenhuma dívida da construção.<br />

Naqueles tempos difíceis, muita gente morava longe da <strong>Igreja</strong><br />

e os <strong>de</strong>slocamentos não eram fáceis como hoje. E havia ainda a<br />

falta <strong>de</strong> recursos porque as pessoas eram muito pobres. Devemos<br />

citar aqui, em homenagem às mulheres daquela geração, o sacrifício<br />

que as que residiam em <strong>Vila</strong> <strong>Isabel</strong> faziam para receber com almoço<br />

as pessoas que moravam longe e que assim, passavam a tar<strong>de</strong> na<br />

igreja ou em visitação para po<strong>de</strong>rem participar do culto da noite e, só<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>le, voltavam às suas casas. A saudosa Alzira Duarte relatava<br />

esses almoços amorosos na casa <strong>de</strong> seus pais Jos<strong>é</strong> e Isaura.<br />

Gastaríamos páginas e mais páginas só para mencionar a legião<br />

<strong>de</strong> heroínas que nossa igreja teve. Vamos mencionar algumas,<br />

pedindo perdão pela omissão <strong>de</strong> outras já que as informações são<br />

poucas. Na nossa escola paroquial, <strong>de</strong>stacamos sua primeira professora,<br />

Am<strong>é</strong>lia An<strong>de</strong>rs, bem como Eunice Corrêa Dias, que foi sua diretora<br />

muitos anos, e as professoras Ondina Franco, Cladyr Oliveira <strong>de</strong> Cas-<br />

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