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(Sérgio Túlio Generoso de Mattos - DISSERTACAO) - Biblioteca ...

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como ele se relaciona com a curiosida<strong>de</strong> da criança por alguma coisa. Vários pensadores<br />

buscaram compreen<strong>de</strong>r a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse fenômeno, a princípio, muito simples e<br />

corriqueiro, mas muito importante para os estudos que surgiram. Tendo em vista as diversas<br />

concepções que nesse trabalho iremos levantar, adotamos a expressão genérica “noção <strong>de</strong><br />

interesse” (COUSINET, 1976 e LOURENÇO FILHO, 2002).<br />

Segundo Oliver Reboul, a noção <strong>de</strong> interesse teve uma mudança significativa a partir da obra<br />

Emílio ou da educação, <strong>de</strong> J.J. Rousseau. Para Rousseau, a criança, como ela é, não era<br />

conhecida. A seu ver, os sábios “procuravam sempre o homem na criança, sem pensar no que<br />

ela é, antes <strong>de</strong> ser homem”. Dessa forma, sentencia Rousseau: <strong>de</strong>ve-se começar ”estudando<br />

melhor vossos alunos” (ROUSSEAU, 1995, p.6). Essa teria sido, então, uma virada na<br />

história da educação, a qual foi chamada por Claparè<strong>de</strong> como “Revolução copernicana” na<br />

pedagogia (REBOUL, 1934, p.62; COUSINET 1976, p.30).<br />

Essa perspectiva aludida por Rousseau teria suscitado muitas discussões em torno da<br />

educação. Uma das conseqüências <strong>de</strong>ssas discussões foi um movimento <strong>de</strong> renovação da<br />

escola que surgiu lentamente e que fez oposição ao que se convencionou chamar <strong>de</strong> escola<br />

tradicional.<br />

1.1. O movimento da renovação escolar<br />

Em um texto <strong>de</strong> 1929, ao fazer uma referência aos educadores “avanguardistas <strong>de</strong> hoje”,<br />

Lourenço Filho afirmou que “são eles legião”, pois havia, já naquele tempo, um amplo<br />

espectro <strong>de</strong> educadores, psicólogos, filósofos e sociólogos que estudavam e escreviam sobre<br />

um tema que teve sua gênese tão pulverizada na história: a renovação escolar (LOURENÇO<br />

FILHO, 1952, p.5).<br />

No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ssa renovação escolar, várias formulações teóricas estiveram em <strong>de</strong>bate, sendo<br />

que uma <strong>de</strong>las foi o estudo da personalida<strong>de</strong> da criança, a qual ocupou um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />

Mas para que a personalida<strong>de</strong> infantil pu<strong>de</strong>sse ser melhor compreendida, também surgiram<br />

várias discussões em torno da noção <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, pois, somente <strong>de</strong>simpedida <strong>de</strong> obstáculos é<br />

que a personalida<strong>de</strong> infantil po<strong>de</strong>ria manifestar livremente os seus próprios interesses.<br />

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