(Sérgio Túlio Generoso de Mattos - DISSERTACAO) - Biblioteca ...
(Sérgio Túlio Generoso de Mattos - DISSERTACAO) - Biblioteca ...
(Sérgio Túlio Generoso de Mattos - DISSERTACAO) - Biblioteca ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
da educação elementar, no sistema <strong>de</strong> escola pública <strong>de</strong> St. Louis. Em 1867, Harris fundou o<br />
Jornal <strong>de</strong> filosofia especulativa e começou a fazer parte <strong>de</strong> um pequeno grupo <strong>de</strong> estudiosos e<br />
educadores que estudavam o filósofo alemão Friedrich Hegel, grupo esse que se tornaria<br />
conhecido como o movimento filosófico <strong>de</strong> St. Louis. O jornal que fundou, o qual também era<br />
por ele editado e que teve 21 anos <strong>de</strong> duração, contou com a contribuição <strong>de</strong> vários<br />
pensadores, <strong>de</strong>ntre os quais John Dewey, William James e Charles Pierce (HLEBOWITSH,<br />
19--).<br />
Harris teve um importante papel na discussão sobre a noção <strong>de</strong> interesse, pois foi o<br />
responsável por li<strong>de</strong>rar um movimento <strong>de</strong> educadores que teriam feito oposição à teoria do<br />
interesse, nome dado à teoria <strong>de</strong>senvolvida por Herbart. Segundo Kilpatrick, essa teoria foi<br />
introduzida na América do Norte por volta <strong>de</strong> 1890 e, não muito tempo <strong>de</strong>pois, começou a ser<br />
vista com <strong>de</strong>sconfiança, pois, nela, uma criança somente po<strong>de</strong>ria apren<strong>de</strong>r alguma coisa se<br />
tivesse uma “base prévia <strong>de</strong> interesse”, assim como era necessário “fazer interessantes as<br />
coisas” (KILPATRICK, 1957, p.255 e 356, respectivamente).<br />
Na avaliação <strong>de</strong> Kilpatrick, a interpretação <strong>de</strong> Harris às idéias <strong>de</strong> Herbart po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rada um exagero, o que teria levado a uma “<strong>de</strong>formação” da teoria herbartiana do<br />
interesse. O movimento li<strong>de</strong>rado por Harris não se limitou apenas à criticar Herbart, mas<br />
também fez surgir a teoria do esforço, a qual <strong>de</strong>fendia a idéia <strong>de</strong> que “só o esforço conduz à<br />
força, e que o caráter sem esforço seria débil”. Kilpatrick ainda acrescenta que tais<br />
educadores, em sua oposição, teriam justificado a submissão <strong>de</strong> seus alunos ao esforço com o<br />
propósito <strong>de</strong> “salvar suas almas” (KILPATRICK, 1957, p.256).<br />
No curto espaço <strong>de</strong> aproximadamente cinco anos, a oposição <strong>de</strong> Harris aos herbartianos logo<br />
se transformaria em apoio a uma nova posição que surgia; uma posição intermediária,<br />
formulada por John Dewey: a teoria do interesse e do esforço. Em 1896, William Harris<br />
publica um artigo intitulado A doutrina do professor Dewey do interesse em relação a<br />
vonta<strong>de</strong>, no qual apresenta uma <strong>de</strong>talhada análise da proposta <strong>de</strong>weyana. Neste artigo, Harris<br />
afirma que o texto <strong>de</strong> Dewey foi “uma das mais valiosas discussões <strong>de</strong> tudo que apareceu<br />
sobre este importante assunto” e que este lhe parece “uma das mais valiosas contribuições<br />
para a pedagogia” (HARRIS, 1992, p.266).<br />
42