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(Sérgio Túlio Generoso de Mattos - DISSERTACAO) - Biblioteca ...

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Mas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do nome ou das características que se possa atribuir ao movimento<br />

renovador, a centralida<strong>de</strong> na personalida<strong>de</strong> da criança é que esteve em questão. Mas para que<br />

a personalida<strong>de</strong> da criança pu<strong>de</strong>sse ser melhor compreendida, a noção <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> ganhou<br />

proeminência, uma vez que somente livre <strong>de</strong> obstáculos é que a criança po<strong>de</strong>ria manifestar os<br />

seus mais legítimos interesses. Assim, passaremos a analisar com mais <strong>de</strong>talhes as relações<br />

entre a noção <strong>de</strong> interesse e a noção <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.<br />

2.2. A noção <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e a noção <strong>de</strong> interesse<br />

Historicamente, muitos foram os usos e concepções <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> na educação. Para alguns<br />

estudiosos da educação, a noção <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> passou por transformações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as escolas<br />

tradicionais passaram a ser questionadas. Aos poucos, percebeu-se que a liberda<strong>de</strong> para a<br />

manifestação espontânea da criança foi sendo i<strong>de</strong>ntificada como meros caprichos, os quais<br />

tornavam as crianças tirânicas e arbitrárias. Na análise <strong>de</strong> Cousinet, a liberda<strong>de</strong> é “um<br />

problema <strong>de</strong> primordial importância para a pedagogia nova”, que provoca controvertidas<br />

interpretações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Rousseau (COUSINET, 1976, p.44).<br />

A discussão em torno da liberda<strong>de</strong> das crianças coinci<strong>de</strong> com a oposição à escola tradicional.<br />

Na medida em que eram recusadas as práticas <strong>de</strong> mera memorização, automatismo e<br />

passivida<strong>de</strong> do educando, as iniciativas próprias do educando passaram a ser i<strong>de</strong>ntificadas<br />

como mais próximas do respeito à sua personalida<strong>de</strong>, ou seja, a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação a<strong>de</strong>quada às<br />

ativida<strong>de</strong>s do nível <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento e à vida real (LOURENÇO FILHO, 2002, p.298).<br />

Segundo Lourenço Filho, as características acima tiveram como ponto <strong>de</strong> partida princípios<br />

comuns. Dos quatro princípios por ele citados, três apresentam relações entre o interesse e a<br />

liberda<strong>de</strong> do educando, a saber. O primeiro princípio trata do respeito à personalida<strong>de</strong> e à<br />

liberda<strong>de</strong> do educando. Liberda<strong>de</strong> não é abandono, muito menos indulgência ou mero<br />

capricho. É a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se conforme sua própria capacida<strong>de</strong>, recursos,<br />

ação e esforço individual. O segundo princípio relaciona-se com os impulsos e interesses, os<br />

quais ensinarão a disciplina e o esforço. No terceiro princípio, Lourenço Filho atribui à<br />

responsabilida<strong>de</strong> com a coletivida<strong>de</strong> o limite para a liberda<strong>de</strong> individual. Nesse princípio,<br />

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