Narrativas da brasilidade - Fundação Casa de Rui Barbosa
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ESCRITOS II<br />
1 “Nós somos um povo que vive <strong>da</strong>nçando”<br />
(Olavo Bilac, 1906)<br />
No início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1920, a idéia <strong>de</strong> “ser brasileiro” abriga varia<strong>da</strong><br />
gama <strong>de</strong> sentidos, consi<strong>de</strong>rando as múltiplas inserções sociais.<br />
Alain Corbin (2000) afirma que, necessariamente, indivíduos contemporâneos<br />
não vivem na mesma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois suas escalas <strong>de</strong><br />
valores po<strong>de</strong>m ser tão distintas e capazes <strong>de</strong> engendrar comportamentos<br />
tão diversos que, po<strong>de</strong>-se dizer, “não vivem em um mesmo<br />
tempo”. Enten<strong>de</strong>r essa simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> do mundo social é um dos<br />
propósitos <strong>da</strong> história cultural.<br />
Esse será um dos meus pontos <strong>de</strong> discussão: os distintos matizes<br />
que organizam a “comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> imaginária” brasileira. Maneiras<br />
distintas <strong>de</strong> perceber, sentir e traduzir o mundo, revelam pertencimentos<br />
<strong>de</strong> fundo cultural. A pesquisa histórica tem abor<strong>da</strong>do o