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Aquela Força Medonha I

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jantar na Faculdade. As horas diante dela estavam<br />

tão vazias como o apartamento. O sol brilhava e o<br />

relógio fazia o seu tique-taque.<br />

«Associação mútua, ajuda e conforto», disse<br />

Jane com amargura.<br />

Na realidade o casamento tinha provado ser a<br />

porta de saída de um mundo de trabalho e camaradagem,<br />

riso e incontáveis coisas que fazer, para<br />

qualquer coisa como prisão na solitária. Durante<br />

alguns anos antes do casamento nunca vira tão<br />

pouco o Mark como nos últimos seis meses. Mesmo<br />

quando estava em casa, ele mal falava sequer. Estava<br />

sempre com sono ou intelectualmente preocupado.<br />

Enquanto tinham sido amigos, e mais tarde quando<br />

eram amantes, a própria vida parecia curta demais<br />

para tudo o que tinham a dizer um ao outro! Mas<br />

agora... por que é que tinha casado com ela? Ainda a<br />

amaria? Se sim, «amar alguém» teria que significar<br />

coisas totalmente diferentes para os homens e para<br />

as mulheres. Seria a crua verdade que todas as conversas<br />

infindáveis que lhe tinham parecido, antes de<br />

casados, a autêntica expressão do próprio amor,<br />

nunca tivessem sido para ele mais do que um preliminar?<br />

«Aqui estou eu começando a desperdiçar<br />

outra manhã, na Lua», disse Jane para si mesma,<br />

vivamente, «tenho que fazer um trabalho qualquer. »<br />

Por trabalho ela queria dizer a sua tese de<br />

doutorado sobre Donne. Tinha tido sempre a intenção<br />

de continuar a sua própria carreira de professora<br />

depois de casar: essa era uma das razões<br />

porque não iriam ter filhos, de qualquer maneira,

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