outra está pert - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
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Os <strong>de</strong>putados oposicionistas<br />
apoiaram a Reforma Agrária.<br />
Mas os governistas não. Para<br />
eles, somos números e não pes-<br />
soas, cidadãos brasileiros. Pre-<br />
ferem assistencialismo como<br />
solução para os volantes. (Na<br />
foto, Lorena, Roberto e Fran-<br />
ciscolda esquerda para a direi-<br />
ta). Roberto recusou o assis-<br />
tencialismo e o paternalismo.<br />
Fetaesp e Abra falam a<br />
<strong>de</strong>putados estaduais<br />
"Hoje nem os japoneses,<br />
que trazem uma tradição mile-<br />
nar (como disse o <strong>de</strong>putado)<br />
estão resistindo mais a esta<br />
política do Governo. O peque-<br />
no produtor <strong>está</strong> ai, sendo<br />
massacrado; bóias-frias mar-<br />
ginalizados. Então urge uma<br />
mudança, com a participação<br />
<strong>de</strong> Vossas Excelências".<br />
Essa foi a pronta resposta<br />
que o presi<strong>de</strong>nte da Fetaesp,<br />
Roberto Toshio Horiguti,<br />
<strong>de</strong>u a um <strong>de</strong>putado estadual<br />
governista (Edson Real), em<br />
recente sessão especial da<br />
Comissão <strong>de</strong> Agricultura da<br />
Assembléia Legislativa, on<strong>de</strong><br />
a conversa foi sobre Refor-<br />
ma Agrária. Nessa sessão, o<br />
engenheiro agrônomo,<br />
Carlos Lorena, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Reforma Agrária (ABRA)<br />
também apresentou um<br />
excelente pronunciamento,<br />
em que mostrou que o Brasil<br />
até duplicaria ou mais sua<br />
produção no mesmo ano<br />
com a Reforma Agrária.<br />
P&r que o presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fetaesp falou dos japoneses?<br />
Foi porque o <strong>de</strong>putado, que<br />
mal conseguia disfarçar sua<br />
posição contrária à Refor-<br />
ma Agrária, havia dito que<br />
nunca havia visto um homem<br />
<strong>de</strong> origem japonesa pedir<br />
esmola ou achar ruim a polí-<br />
tica do Governo, ao contrá-<br />
rio <strong>de</strong> outros paulistas em<br />
bares do interior, que, segun-<br />
do o <strong>de</strong>putado, ficam falando<br />
mal da vida dos outros, falan-<br />
do <strong>de</strong> tudo, menos procuran-<br />
do fazer alguma coisa para<br />
que o País saia <strong>de</strong>ste estado<br />
<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s.<br />
Mas o presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fetaesp também precisou ser<br />
claro com um outro <strong>de</strong>puta-<br />
do governista (Jairo Matos,<br />
agrônomo), dizendo a ele<br />
que "nós dispensamos a assis-<br />
tência paternalistas em nome<br />
da nossa categoria". Esse<br />
<strong>de</strong>putado, que falou bem das<br />
multinacionais, que elogiou<br />
as técnicas apuradas dos lati-<br />
fundiários, que confessou ter<br />
ajudado multinacionais a<br />
comprar terra no Brasil, esse<br />
<strong>de</strong>putado havia dito que o<br />
bóia-fira é um "pária da nos-<br />
sa socieda<strong>de</strong>" (ralé) e ele<br />
seria o mesmo se estivesse na<br />
Angatuba espera ver<br />
cartórios moralizados<br />
"Um dia o povo e a Justiça serão um corpo único, e os valores<br />
éticos, bem como a Lei, serão daqueles aue constróem com suas<br />
mãos as nacionalida<strong>de</strong>s". Esta foi parte aa curta mensagem que o<br />
nosso Sindicato <strong>de</strong> Angatuba entregou no dia 26 <strong>de</strong> maio aos 14<br />
juizes que foram à cida<strong>de</strong> para fazer uma investigação no cartório<br />
a pedido dos trabalhadores rurais. Explica-se: o cartório facilitou<br />
a falsificação <strong>de</strong> documentos que geraram uma grilagem mons-<br />
truosa no município.<br />
Agora os trabalhadores rurais, donos das terras mas ameaçados<br />
pela grilagem vergonhosa, e o nosso Sindicato no município, estão<br />
esperando com muita ansieda<strong>de</strong> que os Juizes divulguem oficial-<br />
mente o resultado <strong>de</strong> suas investigações (correíçáo geral), para<br />
que a vida <strong>de</strong>les possa retornar à tranqüilida<strong>de</strong> e cuidar com mais<br />
atenção <strong>de</strong> suas lavouras.<br />
Em suas ocasiões diferentes, no mése <strong>de</strong> julho o Secretário do<br />
Sindicato, Oilson Donizetii Bertoli e <strong>de</strong>pois o Presi<strong>de</strong>nte, Alci<strong>de</strong>s<br />
Bertoli e a advogada, Marta Alves, estiveram mi capital em busca<br />
<strong>de</strong> uma resposta.<br />
Os trabalhadores e a Diretoria rfo Sindicato querem que o pes-<br />
soal envolvido no escândalo do cartório seja <strong>de</strong>ftnitivantente afas-<br />
tado e punido: também querem receber <strong>de</strong> volta a <strong>de</strong>spesa feita<br />
para se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem. Há mais suas reivindicações: que sejam puni-<br />
dos também os funcionários dos cartórios <strong>de</strong> hapetininga e Itú,<br />
que também Jlzeram parte da malandragem e o juiz Paraíba<br />
Campos Filho, hoje em Ibitinga, que foi quem homolou o inventá-<br />
rio falso que gerou a malandragem.<br />
Esse juiz processou a companheira Marta Alves, advogada do<br />
Sindicato, por causa <strong>de</strong> uma entrevista em que ela protestava con-<br />
tra a corrupção no cartório <strong>de</strong> Angatuba.<br />
Pág. 4 REALIDADE RURAL - AGOSTO DK 1980<br />
indústria. E, na opinião <strong>de</strong>le,<br />
é a pessoa em quem mais o<br />
País precisa investir "como<br />
urría proteção social".<br />
FETAESP: A REFORMA<br />
AGRÁRIA É A<br />
ÜNICA SOLUÇÃO<br />
VÁLIDA PORQUE VAI<br />
À RAIZ DO MAL"<br />
Nessa sessão, tanto o pre-<br />
si<strong>de</strong>nte da Fetaesp como o da<br />
ABRA mostraram com fartu-<br />
ra <strong>de</strong> dados e argumentos<br />
que a Reforma Agrária <strong>de</strong>ve<br />
ser feita, para o bem do nos-<br />
so homem do campo e do<br />
próprio Brasil. E sem perda<br />
<strong>de</strong> tempo. Estavam presentes<br />
também o Secretário Geral<br />
da Fetaesp, Francisco Bene-<br />
dito Rocha, a socióloga,<br />
Maria Conceição D'Incao<br />
(que pesquisou e escreveu<br />
um importantíssimo livro<br />
sobre o bóia-fria), o compa-<br />
nheiro Herber Reis, do<br />
<strong>de</strong>partamento jurídico da<br />
Fetaesp, e o sociólogo Fran-<br />
cisco José <strong>de</strong> Toledo, <strong>de</strong><br />
Marília.<br />
Em seu pronunciamento, o<br />
presi<strong>de</strong>nte da Fetaesp,<br />
Roberto Toshio Horiguti, dis-<br />
se aos <strong>de</strong>putados que em São<br />
Paulo, particularmente, a<br />
terra não <strong>está</strong> cumprindo sua<br />
função social, porque <strong>está</strong><br />
cheio <strong>de</strong> latifúndios. Disse<br />
Roberto que existem 15<br />
milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> lati-<br />
fúndios em São Paulo e que<br />
se fossem distribuídos<br />
dariam para colocar na roça<br />
500 mi! famílias <strong>de</strong> trabalha-<br />
dores rurais, com 30 hectares<br />
cada uma.<br />
Por isso o Presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fetaesp assinalou aos <strong>de</strong>puta-<br />
dos que "trata-se, antes <strong>de</strong><br />
mais nada, <strong>de</strong> fazer justiça.<br />
Não queremos nada <strong>de</strong> nin-<br />
guém: queremos aquilo que<br />
sempre nos <strong>pert</strong>enceu e que,<br />
sorrateiramente, nos foi sendo<br />
tirado pelos gananciosos".<br />
E ressaltou: "Queremos<br />
terra, pois coragem e força<br />
para trabalhar sempre tive-<br />
mos".<br />
O presi<strong>de</strong>nte da Fetaesp<br />
advertiu os <strong>de</strong>putados que<br />
nenhuma solução po<strong>de</strong> ser<br />
melhor do que a Reforma<br />
Agrária. Substituir a Refor-<br />
ma Agrária por <strong>outra</strong>s políti-<br />
cas, na verda<strong>de</strong>, não passa <strong>de</strong><br />
uma "visão estrábica da reali-<br />
da<strong>de</strong> rural". E por isso mes-<br />
mo ele con<strong>de</strong>nou a tentativa<br />
<strong>de</strong> gente do Governo querer<br />
trocar a Reforma Agrária<br />
por-um Imposto Territorial<br />
Rural um pouco maior para<br />
os latifúndios mal apro-<br />
veitados.<br />
"A Reforma Agrária - disse<br />
Roberto - é a única solução<br />
válida, porque vai à raiz do<br />
mal", fazendo produzir áreas<br />
não aproveitadas dos latifún-<br />
dios e dando trabalho aos<br />
trabalhadores rurais <strong>de</strong>sem-<br />
pregados ou sub-emprega-<br />
dos. Segundo o Presi<strong>de</strong>nte'<br />
da Fetaesp, a Reforma Agrá-<br />
ria será "o melhor e mais cur-<br />
to caminho" também para<br />
resolver o problema das<br />
favelas nas cida<strong>de</strong>s.que nada<br />
mais são do que o resultado<br />
da saída dos trabalhadores<br />
rurais da terra.<br />
LORENA AVISA: "A<br />
REFORMA AGRÁRIA<br />
NÃO RESOLVE TUDO.<br />
MAS É O COMEÇO DE<br />
TUDO"<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da Associa-<br />
ção Brasileira <strong>de</strong> Reforma<br />
Agrária (ABRA), o eng' agr*<br />
Carlos Lorena, é um dos<br />
maiores conhecedores da<br />
política agrícola e agrária do<br />
Brasil e foi um dos principais<br />
responsáveis pelo Estatuto<br />
da Terra, aprovado pelo<br />
Governo e pelo Congresso<br />
Nacional em 1964.<br />
Lorena, em seu pronuncia-<br />
mento, começou dizendo<br />
que "o essencial para o início<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento do Bra-<br />
sil é a solução do problema<br />
"da posse da terra". E esclare-<br />
ceu: "Não quer dizer que, fei-<br />
ta uma Reforma Agrária,<br />
estão solucionados todo sos<br />
problemas do Brasil, mas<br />
enquanto não houver o livre<br />
acesso à posse da terra por<br />
aquele que trabalha a terra e<br />
que precisa da terra para pro-<br />
duzir e viver, não resolveremos<br />
nenhum dos problemas brasi-<br />
leiros".<br />
Lorena disse que não é<br />
católico, não tem religião.<br />
Mas <strong>está</strong> animadíssimo com<br />
os Bispos: "Em nenhum<br />
momento, nós, que há vinte<br />
anos estamos envolvidos nesse<br />
assunto, discutindo, <strong>de</strong>baten-<br />
do, vimos uma força tão gran-<br />
<strong>de</strong>, tão po<strong>de</strong>rosa, tão organi-<br />
zada como a Igreja Católica,<br />
lutando ao lado do trabalhador<br />
rural, pregando a Reforma<br />
Agrária. Achamos que essa<br />
força será <strong>de</strong>cisiva".<br />
O presi<strong>de</strong>nte da ABRA fez<br />
questão <strong>de</strong> <strong>de</strong>smentir os<br />
<strong>de</strong>putados governistas e<br />
dizer que o trabalhador<br />
volante ("bóia-fria") tem,<br />
sim, condições, e muitas, <strong>de</strong><br />
se tornar um dono <strong>de</strong> terra e<br />
fazê-la produzir:<br />
— Ele não tem capacida<strong>de</strong><br />
para se tornar um operário<br />
especializado na cida<strong>de</strong>, mas<br />
no meio rural on<strong>de</strong> ele nas-<br />
ceu, on<strong>de</strong> ele vive, on<strong>de</strong> ele<br />
conhece, é o trabalhador rural<br />
que <strong>está</strong> produzindo tudo o que<br />
nós comemos.<br />
E <strong>de</strong>u um puxão <strong>de</strong> orelhas<br />
nos dois <strong>de</strong>putados governis-<br />
tas:<br />
— Dizer que ele é analfabe-<br />
to, que ele não é capaz <strong>de</strong> pro-<br />
duzir? - indagou Lorena: É<br />
ele que <strong>está</strong> produzindo! O<br />
patrão <strong>está</strong> jogando no Jockey<br />
Club. Ele é que <strong>está</strong> trabalhan-<br />
do e produzindo. Quando mui-<br />
to recebendo uma pequena<br />
orientação do patrão. Então,<br />
a hora em que ele for dono da<br />
terra, ele vai trabalhar muito<br />
melhor no que é seu.<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da AB RA fez<br />
também questão <strong>de</strong> garanti"<br />
que o trabalhador volante<br />
voltaria para a lavoura. Mas-<br />
numa condição: como pro-<br />
prietário da terra. Como<br />
empregado ninguém quer.<br />
Foi o que mostraram duas<br />
pesquisas, uma do Sindicato<br />
dos Trabalhadores Rurais <strong>de</strong><br />
Jacarezinho (PR) e <strong>outra</strong> <strong>de</strong><br />
Goiás. Do contrário, segun-<br />
do Lorena, "preferem ficar<br />
na cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> estão um pou-<br />
co mais <strong>pert</strong>o do médico, da<br />
assistência, da possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> trabalhar direito na cons-<br />
trução civil e dar escolha para,<br />
os filhos para estes irem para<br />
frente".<br />
EM PORTUGAL, A<br />
PRODUÇÃO<br />
DUPLICOU APÔS A<br />
REFORMA AGRÁRIA<br />
Lorena sabe o que <strong>está</strong><br />
acontecendo no mundo. E<br />
uma das coisas que ele quis<br />
<strong>de</strong>ixar claro é que a Reforma<br />
Agrária não <strong>de</strong>sorganiza a<br />
produção, ao contrário do<br />
que diz o Governo. Até que<br />
pelo contrário... Em Portu-<br />
gal, por exemplo, logo <strong>de</strong>pois<br />
da Revolução <strong>de</strong> 1974, a pro-<br />
dução nas regiões on<strong>de</strong> foi<br />
realizada a Reforma Agrária<br />
duplicou e mesmo triplicou,<br />
no mesmo ano! E o uso <strong>de</strong><br />
máquinas até triplicou!<br />
E por que a Reforma<br />
Agrária é necessária? Um<br />
dos motivos é porque<br />
enquanto em 1970 meta<strong>de</strong><br />
dos proprietários rurais do<br />
Brasil era dono <strong>de</strong> apenas<br />
2,9% da área total das pro-<br />
prieda<strong>de</strong>s, enquanto que<br />
apenas 1% dos proprietá-<br />
rios era dono <strong>de</strong> 42,7% da<br />
área total. Em 1975 essa<br />
meta<strong>de</strong> dos proprietários já<br />
tinha perdido tanta terra que<br />
era dona <strong>de</strong> apenas 1,4% do<br />
total, enquanto queos ricões,<br />
do outro lado, aumentavam<br />
sua terra para 44,6%! Ou<br />
seja, em 1970 eram precisas<br />
746 pequenas proprieda<strong>de</strong>s<br />
dos 50% para fazer um gran-<br />
<strong>de</strong>. Em 1975já eram necessá-<br />
rias 1.154!<br />
Só para dar uma idéia: as<br />
proprieda<strong>de</strong>s até 100 hecta-<br />
res produziram em 1970, 58%<br />
do total agrícola, tendo 32%<br />
das terras, enquanto que as<br />
proprieda<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong><br />
100 hectares produziram<br />
apenas 42%, com 68% das<br />
terras!<br />
PARA QUE O BRASIL<br />
SER UMA GRANDE<br />
POTÊNCIA, COM O<br />
POVO FAMINTO?<br />
Á exceção dos dois <strong>de</strong>pu-<br />
tados governistas, os <strong>de</strong>mais<br />
<strong>de</strong>putados (que assistiram a<br />
sessão foram favoráveis à<br />
FETAESP e ABRA, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong><br />
Agricultura, Franco Baru-<br />
selli (que organizou a ses-<br />
são), aos <strong>de</strong>putados Rubens<br />
Lara, Mauro Bragatto e<br />
Doreto Campanari (PMDB e<br />
PT).<br />
Para Franco Baruselli, é<br />
preciso acabar com este<br />
mo<strong>de</strong>lo econômico, porque<br />
senão a dívida externa conti-<br />
nuará a aumentar e a agricul-<br />
tura não vai alimentar o nos-<br />
so povo. O importante mes-<br />
mo é "não fazer do Pais uma<br />
gran<strong>de</strong> potência, mas fazer um<br />
pais <strong>de</strong> gente que po<strong>de</strong> viver,<br />
que tem condições <strong>de</strong> viver".<br />
Para Mauro Bragato, dis-<br />
cutir Reforma Agrária na<br />
Assembléia foi quebra um<br />
tabu na casa dos <strong>de</strong>putados<br />
estaduais. Era como que<br />
"um assunto proibido". Na<br />
opinião <strong>de</strong>le, "o povo, o tra-<br />
balhador rural, o agricultor, o<br />
lavrador, só terão condições<br />
<strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> produção, etc.<br />
quando tivermos um Governo<br />
<strong>de</strong>mocrático que respeite as<br />
aspirações <strong>de</strong>ssas massas<br />
populares que estão na zona<br />
rural e passe inclusive, a enca-<br />
rar o problema do latifúndio<br />
como um problema sério, um<br />
proble,a inclusive, <strong>de</strong> seguran-<br />
ça nacional".<br />
'O <strong>de</strong>putado Doreto Cam-<br />
panari, que é médico, falou<br />
sobre os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
disse que tem 10 mlhões <strong>de</strong><br />
subnutridos no Brasil, falou<br />
da miséria, da pobreza e do<br />
pouco caso do Governo. E<br />
disse que "o homem tem que<br />
voltar para a zona rural e tem<br />
que existir a Reforma Agrá-<br />
ria. Se o Governo não quiser<br />
por bem, isso vai ser por mal,<br />
porque não terá <strong>outra</strong> saída".<br />
Alias, ele acha que a Refor-<br />
ma Agrária tem <strong>de</strong> ser feita<br />
não so no Brasil, como tam-<br />
bém na América Latina na<br />
Ásia e na África, enfim no<br />
Terceiro mundo.