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Roteiro de trabalho - Início - Ser

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<strong>Roteiro</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Em sintonia com o gosto da época, as páginas <strong>de</strong> praticamente todos os<br />

autores cobriram-se <strong>de</strong> farta ornamentação. É o que se nota não apenas nos<br />

romances e crônicas <strong>de</strong> escritores “refinados” como Coelho Neto e João do Rio, mas<br />

também nos textos i<strong>de</strong>ologicamente empenhados <strong>de</strong> Graça Aranha e Eucli<strong>de</strong>s da<br />

Cunha – autor da obra mais importante surgida no período, o clássico Os sertões. O<br />

mesmo impulso acometeu escritores regionalistas espalhados pelo Brasil.<br />

É comum ouvirmos críticas à literatura <strong>de</strong>ssa época, como se ela tivesse se<br />

limitado ao puro aca<strong>de</strong>micismo e à estagnação. Mas isso não é inteiramente<br />

verda<strong>de</strong>. Histórias do Pré-Mo<strong>de</strong>rnismo comprova que, ao contrário, o período foi<br />

extremamente vivo e dinâmico. A literatura regionalista representou uma tendência<br />

forte e, embora presa a valores do passado, prenunciou uma das linhas <strong>de</strong> força do<br />

Mo<strong>de</strong>rnismo: a pesquisa das fontes culturais do país. No que se refere ao interesse<br />

pela realida<strong>de</strong> brasileira, o maior <strong>de</strong>staque é a ficção urbana do carioca Lima<br />

Barreto. Dessa voz dissonante e marginalizada, assim como da prosa concisa e<br />

poética do gaúcho João Simões Lopes Neto (curiosamente, nenhum dos dois<br />

pertenceu à Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras), é que saíram as obras mais<br />

surpreen<strong>de</strong>ntes da época – mais mo<strong>de</strong>rnas do que as <strong>de</strong> muitos mo<strong>de</strong>rnistas.<br />

Os autores<br />

Os autores reunidos na coletânea são muito distintos uns dos outros. Por que<br />

então todos são consi<strong>de</strong>rados pré-mo<strong>de</strong>rnistas? Para respon<strong>de</strong>r a essa questão, vale<br />

a pena relembrar uma observação importante do crítico Alfredo Bosi. Segundo ele, o<br />

prefixo “pré” carrega dois sentidos. Além <strong>de</strong> indicar uma marca temporal<br />

(aplicando-se no caso a tudo que veio antes do Mo<strong>de</strong>rnismo), ele também expressa o<br />

caráter <strong>de</strong>cisivo <strong>de</strong> antecipação – diferente da mera anteriorida<strong>de</strong> – que algumas<br />

obras do período revelam em relação aos avanços vindouros.<br />

Coleção O prazer da prosa

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