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Roteiro de trabalho - Início - Ser

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<strong>Roteiro</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Comecemos então pelos autores do primeiro grupo – os que simplesmente<br />

atuaram antes do Mo<strong>de</strong>rnismo. O nome que se <strong>de</strong>staca é o <strong>de</strong> Coelho Neto (1864–<br />

1934), autor <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> prestígio em sua época, com uma obra numerosa composta<br />

por mais <strong>de</strong> 130 títulos. Nele, os mo<strong>de</strong>rnistas <strong>de</strong> 1922 i<strong>de</strong>ntificaram seu principal<br />

inimigo – a figura-símbolo do aca<strong>de</strong>micismo. Era <strong>de</strong> fato exagerada a paixão do<br />

escritor pelas palavras raras e pelo transbordamento retórico. Daí ter sido<br />

consi<strong>de</strong>rado um autêntico representante do “mal da eloquência balofa e<br />

roçagante”, para usar uma famosa expressão <strong>de</strong> Paulo Prado.<br />

Na mesma categoria <strong>de</strong>ve ser incluído João do Rio (1881–1921), outro<br />

célebre representante da escrita ornamental. Dele já se disse que teria sido um<br />

gran<strong>de</strong> jornalista, porém um escritor menor e até mesmo fútil. Mas aqui é difícil<br />

separar o jornalismo da literatura. Mesmo no conto, no romance e no teatro, João<br />

do Rio continua sendo o cronista interessado na cida<strong>de</strong> e no cotidiano. I<strong>de</strong>ntificado<br />

profundamente com o seu tempo, ele retratou com paixão o Rio da belle époque.<br />

Mas não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> revelar aspectos obscuros daquela cida<strong>de</strong> com fachada europeia,<br />

isto é, a miséria, a marginalida<strong>de</strong> e os vícios que, embora reprimidos, também faziam<br />

parte do “espetáculo da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>”.<br />

Como representante máximo do outro grupo – o dos antecipadores do<br />

Mo<strong>de</strong>rnismo –, temos Lima Barreto (1881–1922), o primeiro gran<strong>de</strong> escritor mulato<br />

que surgiu no Brasil <strong>de</strong>pois da Abolição. Para além <strong>de</strong> um mero cronista da vida<br />

carioca nos tempos da República Velha, ele po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado o primeiro dos<br />

escritores mo<strong>de</strong>rnos do país. Estava muito distante dos costumes literários da belle<br />

époque. Seu <strong>de</strong>sejo era “<strong>de</strong>scoelhonetizar” a literatura brasileira, livrando-a dos<br />

estrangeirismos, do excesso <strong>de</strong> brilho, do peso da gramática. Com seu estilo<br />

<strong>de</strong>spojado (visto em sua época como <strong>de</strong>sleixado), o autor <strong>de</strong> Triste fim <strong>de</strong> Policarpo<br />

Quaresma procurou imitar a fala das ruas, marcando sua posição em favor <strong>de</strong> uma<br />

arte mais brasileira.<br />

Coleção O prazer da prosa

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