Castro Alves: o olhar do outro - Fundação Biblioteca Nacional
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A CANOA DO MARTINHO<br />
"Stamos cm calmaria]... Sacudin<strong>do</strong><br />
O badalo de enorme campainha,<br />
Corro -— como nm palhaço pelo circo —<br />
Telho imberbe, com ares de fuinha I<br />
j - • •<br />
D*onde vem ? onàe rai ? Dos tróea-tintas<br />
Quem sabe o rumo, se é tão grande a praia!<br />
" Preste Pampa os baguáes mordem o freio,<br />
Rincham, dão coices, mas não param raia!...<br />
Bem alegre anda agora quem de perto<br />
Vê no papel <strong>do</strong> Vasques o Martinho I<br />
A um — a comedia, ao <strong>outro</strong> — a palhaçada..,<br />
E um e <strong>outro</strong> — entreten<strong>do</strong> o Zó-Povinho!...<br />
Oh! que grande cebola descascada!<br />
Que. cheiro a bacalhau que estou sentin<strong>do</strong>!<br />
Gentes, isso apodreço na canôa...<br />
Ora, quem vai o leme dirigin<strong>do</strong> ? !<br />
•<br />
• •<br />
Augustos e Digníssimos Senhores<br />
Do primeiro escrutínio e <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>!<br />
Filhótes, que os papais arrebataram<br />
Da voragem... das almas <strong>do</strong> <strong>outro</strong> mun<strong>do</strong>!...<br />
Esperai! Esperai!... Peço a palavra,<br />
Quero fatiar e rir ás gargalhadas;<br />
O riso é o degráu — por onde às vezes '<br />
Sobe-se <strong>do</strong> poder ás cumiàdas 1...<br />
•<br />
11 <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>-, o <strong>olhar</strong> <strong>do</strong> <strong>outro</strong>
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