Castro Alves: o olhar do outro - Fundação Biblioteca Nacional
Castro Alves: o olhar do outro - Fundação Biblioteca Nacional
Castro Alves: o olhar do outro - Fundação Biblioteca Nacional
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Ester Amzalack<br />
Após o desaparecimento de Idalina, <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong> estreitou amizade com três jovens irmãs<br />
judias que moravam numa casa defronte à sua, na cidade de Salva<strong>do</strong>r. Ester, Simy e Mary,<br />
filhas de Isaac Amzalack, moças bonitas, inspiraram em <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong> o poema "Hebréia", cuja<br />
dedicatória causou alvoroço entre as jovens, uma vez que as três julgavam-se "A bela judia".<br />
Porém, há indícios de que seus versos fossem dirigi<strong>do</strong>s à Ester, a mais velha dentre as três, que<br />
contava, à época, 13 anos. Também foi para Ester que o poeta dedicou seus "Pensamentos de<br />
amor", e em 1870, em suas reminiscências, chamou-a de terceira sombra, no poema "Os anjos<br />
da meia-noite". Ciente de que a religião professada pela família Amzalack representava um<br />
obstáculo a qualquer tipo de relacionamento mais sério, <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong> limitou-se a uma amizade<br />
lúdica com as três moças. A convivência com esta família deu origem a fatos curiosos que<br />
enriqueceram a biografia de <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>. Sabe-se que, anos mais tarde,os versos de 'Hebréia"<br />
foram descobertos por Tobias Barreto, em uma igreja <strong>do</strong> nordeste, canta<strong>do</strong>s como hino religioso<br />
que reverência a Virgem Maria.<br />
56 <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>-, o <strong>olhar</strong> <strong>do</strong> <strong>outro</strong>