Castro Alves: o olhar do outro - Fundação Biblioteca Nacional
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Idalina<br />
A história de Idalina resume-se ao tempo em que conviveu com <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>. Não se sabe sua<br />
procedência, seu sobrenome e tampouco o seu destino, após separar-se <strong>do</strong> poeta. Ambos teriam<br />
se conheci<strong>do</strong> em 1865, num cabaré no Recife, quan<strong>do</strong> contava ainda 18 anos e <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>, 17.<br />
Sabe-se, com certeza, que Idalina cantava e tocava piano, privilégio, à época, de moças de famílias<br />
abastadas, o que leva a especulações sobre sua origem burguesa. Sem oficializar a relação, os<br />
<strong>do</strong>is jovens foram morar afasta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> centro <strong>do</strong> Recife, evitan<strong>do</strong> os comentários da sociedade<br />
conserva<strong>do</strong>ra. Julieta, Adalgisa ou Bárbora, como <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong> a denominava em seus poemas,<br />
participou de um perío<strong>do</strong> decisivo na vida <strong>do</strong> poeta, quan<strong>do</strong> seus poemas começaram a sensibilizar<br />
seus ouvintes e leitores para a causa abolicionista. A separação de ambos se deu no início <strong>do</strong> ano<br />
de 1866, quan<strong>do</strong> o poeta viajou para Salva<strong>do</strong>r, em férias da faculdade. Consta que, devi<strong>do</strong> à<br />
morte de seu pai, <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong> não escreveu à Idalina. Esta, julgan<strong>do</strong>-se aban<strong>do</strong>nada, tomou um<br />
rumo desconheci<strong>do</strong>, não sen<strong>do</strong> mais encontrada pelo poeta, quan<strong>do</strong> este retornou a Recife. A<br />
ela <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong> dedicou os poemas, "Aves de arribação" e "Os anjos da meia-noite: segunda<br />
sombra - Bárbora".<br />
Sinhazinha Lopes<br />
Conta o dr. Antônio Batista Pereira, admira<strong>do</strong>r de <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>, que o poema "O laço de fita" foi<br />
dedica<strong>do</strong> à Sinhazinha Lopes.O poeta o teria entregue pessoalmente à sua musa, em um baile<br />
na casa <strong>do</strong> dr. Lopes <strong>do</strong>s Anjos, seu pai e amigo de <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>. Porém, o testemunho <strong>do</strong> dr.<br />
Sancho de Barros Pimentel, amigo <strong>do</strong> poeta, contradiz o anterior. Em sua versão, foi Maria<br />
Carolina, enteada de Dona Mariana, irmã de Alvares de Azeve<strong>do</strong>, a inspira<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> poema.<br />
60 <strong>Castro</strong> <strong>Alves</strong>-, o <strong>olhar</strong> <strong>do</strong> <strong>outro</strong>