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JORNAL DE LEIRIA | 12 DE JANEIRO DE 2006 | V | I | V | E | R | 14|<br />
Livros<br />
lse Losa<br />
1913-2007<br />
A autora <strong>de</strong> "O Mundo<br />
em que vivi" faleceu<br />
no passado dia 6 <strong>de</strong> Janeiro,<br />
no Porto, aos 92 anos.<br />
Ilse Losa nasceu na Alemanha,<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> viria a<br />
fugir no início II Guerra<br />
Mundial <strong>de</strong>vido à sua origem<br />
judaica. Refugiou-se<br />
em Portugal, on<strong>de</strong> casou<br />
com o arquitecto Arménio<br />
Losa, no Porto, adquirindo<br />
a nacionalida<strong>de</strong> portuguesa.<br />
Autora <strong>de</strong> vários<br />
romances, contos, crónicas,<br />
trabalhos pedagógicos,<br />
traduziu para alemão<br />
várias antologias <strong>de</strong> autores<br />
portugueses. Entre<br />
outros, recebeu o Gran<strong>de</strong><br />
Prémio Gulbenkian, em<br />
1984, pela conjunto da<br />
sua obra para crianças.<br />
Sobre a obra "O Mundo<br />
em que vivi", Óscar Lopes<br />
escreveu: "Numa escrita<br />
inexcedivelmente sóbria<br />
e transparente, e através<br />
<strong>de</strong> breves episódios, este<br />
romance conduz-nos em<br />
crescendo <strong>de</strong> emoção <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a primeira infância rural<br />
<strong>de</strong> uma judia na Alemanha,<br />
pelos finais da Primeira<br />
Guerra Mundial, até<br />
ao avolumar <strong>de</strong> crises (...)<br />
que por fim a obrigam ao<br />
exílio, mesmo na eminência<br />
<strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino trágico<br />
num campo <strong>de</strong> concentração."<br />
Bibliografia: "O mundo<br />
em que vivi" (romance,<br />
1949), "Faísca conta<br />
a sua história" (1949), "Histórias<br />
quase esquecidas"<br />
(1950), "Gra<strong>de</strong>s Brancas",<br />
(1951), "Rio sem Ponte",<br />
(1952), "Nós e a Crianças"<br />
(1954), "A Flor Azul" (1955),<br />
"Aqui havia uma casa"<br />
(1955), "Ida e volta à procura<br />
<strong>de</strong> Babbit" (1958),<br />
"Um Fidalgo <strong>de</strong> Pernas<br />
Curtas" (1961), "Sob céus<br />
estranhos" (1962), "Duas<br />
Peças Infantis" (1962),<br />
"Encontro no Outono"<br />
(1964), "Um Artista Chamado<br />
Duque" (1965), "A<br />
Adivinha (Teatro para a<br />
infância, 1967), "O Sr.<br />
Pechincha" (1979), "O Barco<br />
Afundado", (1979) Na<br />
Quinta das Cerejeiras (infanto-juvenil<br />
- 1982), "O Expositor"<br />
(1982), "Estas Searas"<br />
(1984), "Silka" (1984),<br />
"Caminhos sem <strong>de</strong>stino"<br />
(1991), "A Flor do Tempo"<br />
(1997).<br />
Investigadora apresenta o seu último livro em <strong>Leiria</strong><br />
"Bilhete <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>"<br />
<strong>de</strong> Maria Filomena Mónica<br />
Maria Filomena Mónica vai<br />
estar na Livraria Arquivo, em <strong>Leiria</strong>,<br />
no próximo dia 19, pelas 21:30<br />
horas para apresentar "Bilhete <strong>de</strong><br />
I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> - Memórias 1943-1976".<br />
A investigadora, habituada que<br />
está a estudar e escrever sobre os<br />
outros, sentiu necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever<br />
sobre si, na tentativa <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />
melhor a sua própria história<br />
em criança e enquanto jovem.<br />
No fundo, como que o montar <strong>de</strong><br />
um puzzle, on<strong>de</strong> faltavam peças<br />
só agora encontradas, em especial<br />
após a doença <strong>de</strong> sua mãe e<br />
a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um avô que nunca<br />
tinha "aparecido" antes. A sua<br />
vida pessoal entrecruzada com a<br />
académica, as escolhas que fez em<br />
cada um <strong>de</strong>stes campos, as pessoas<br />
que com ela se cruzaram,<br />
tudo junto num conjunto <strong>de</strong> memórias<br />
que agora <strong>de</strong>cidiu expor e partilhar<br />
neste livro.<br />
"Eu quis ser honesta, dizer a<br />
verda<strong>de</strong> e contar a história sem<br />
me preocupar com os efeitos". Por<br />
isso apenas três ou quatro pessoas<br />
leram o livro, antes <strong>de</strong> ser publicado.<br />
Nem aos seus filhos o mostrou.<br />
"Corro o risco <strong>de</strong> ferir algumas<br />
pessoas", conforme <strong>de</strong>clarou<br />
em entrevista ao semanário Expresso<br />
(19 Novembro 2005).<br />
Natural <strong>de</strong> Lisboa, estudou Filosofia<br />
na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa e fez o doutoramento<br />
em Sociologia em Oxford.<br />
É investigadora coor<strong>de</strong>nadora no<br />
Instituto <strong>de</strong> Ciências Sociais na<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa. Tem diversas<br />
obras publicadas, tendo coor<strong>de</strong>nado<br />
a edição d' "As Farpas",<br />
<strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queiroz e Ramalho Ortigão,<br />
apresentada na Livraria Arquivo<br />
em Fevereiro <strong>de</strong> 2005.<br />
Autora lançou novo conto na Marinha Gran<strong>de</strong><br />
Júlia Biló homenageia o marido<br />
“…E vieram três reis magos<br />
em Agosto” é o título do mais<br />
recente conto <strong>de</strong> Júlia Guarda<br />
Ribeiro Biló, lançado no passado<br />
sábado, na Biblioteca Municipal<br />
da Marinha Gran<strong>de</strong>. Emocionada,<br />
a autora disse que o<br />
conto “é uma lição <strong>de</strong> vida” e<br />
lembrou, com sauda<strong>de</strong>, o marido<br />
(José Guarda Ribeiro) a quem<br />
<strong>de</strong>dica, também, as palavras <strong>de</strong>ste<br />
livro.<br />
Pombal<br />
Livro <strong>de</strong><br />
memórias<br />
Manuel <strong>de</strong> Oliveira<br />
Bordadágua apresenta o<br />
livro <strong>de</strong> memórias intitulado<br />
“De um Carvalhal,<br />
memórias e...rapto”...sem<br />
crime”, no próximo sábado,<br />
14, às 21:30 horas, no<br />
Teatro-Cine <strong>de</strong> Pombal.<br />
O autor é natural <strong>de</strong> Carvalhal<br />
<strong>de</strong> Cima, localida<strong>de</strong><br />
daquele concelho.<br />
Nazaré<br />
Fados e<br />
poemas<br />
Lançamento do livro<br />
“Fados e Poemas”, <strong>de</strong><br />
Domingos Soares Couto,<br />
dia 15, às 16 horas, na<br />
Biblioteca Municipal da<br />
Nazaré. Pescador natural<br />
daquela vila, Domingos<br />
Couto tem, ao longo <strong>de</strong><br />
vários anos, escrito letras<br />
para fados. É uma compilação<br />
<strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas<br />
letras, <strong>de</strong> 1938 até à<br />
actualida<strong>de</strong>, e um conjunto<br />
<strong>de</strong> quadras soltas<br />
sobre pesca e mar, a vida<br />
difícil dos pescadores e a<br />
beleza da Nazaré, que integram<br />
este livro.<br />
S U G E S T Õ E S<br />
A Cortina<br />
MILAN KUNDERA<br />
EDITORA: EDIÇÕES ASA<br />
Prosseguindo, e <strong>de</strong> certo<br />
modo <strong>de</strong>senvolvendo, as<br />
reflexões constantes dos seus livros <strong>de</strong> ensaios<br />
anteriores - A Arte do Romance e Os Testamentos<br />
Traídos -, Milan Kun<strong>de</strong>ra oferece-<br />
-nos em A Cortina uma estimulante viagem<br />
aos locais mais emblemáticos do romance<br />
mo<strong>de</strong>rno. O mundo é-nos sempre ocultado<br />
por uma "cortina" <strong>de</strong> interpretações pré-cozinhadas,<br />
<strong>de</strong> imagens falaciosas, <strong>de</strong> representações<br />
enganadoras. A função do romance<br />
é precisamente rasgar essa "cortina". Neste<br />
ensaio, Kun<strong>de</strong>ra aponta "Dom Quixote <strong>de</strong><br />
La Mancha" como um marco na história da<br />
literatura, por ter entreaberto "a cortina que<br />
dissimulava a prosa da vida".<br />
Na apresentação, Alberto Cascalho,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte da Câmara<br />
Municipal, afirmou que a história<br />
relatada no conto “constitui<br />
um contributo valioso à memória<br />
dos que sabem enfrentar com<br />
coragem os momentos difíceis”.<br />
O conto aborda a “luta permanente<br />
pelo direito supremo à<br />
liberda<strong>de</strong> e contém uma mensagem<br />
<strong>de</strong> esperança, ao <strong>de</strong>monstrar<br />
que, mesmo confrontados<br />
com as maiores tragédias, é possível<br />
acontecer o milagre da solidarieda<strong>de</strong><br />
humana”. Júlia Guarda<br />
Ribeiro Biló é pseudónimo<br />
<strong>de</strong> Maria Júlia Ferreira <strong>de</strong> Barros<br />
Guarda Ribeiro. Mestre em<br />
Ciências da Educação, foi professora<br />
<strong>de</strong> Inglês e Alemão.<br />
Actualmente ocupa o seu tempo<br />
entre a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
da Associação <strong>de</strong> Solidarieda<strong>de</strong><br />
Social e a escrita.<br />
A Conspiração<br />
Contra a América<br />
PHILIP ROTH<br />
EDITORA: DOM QUIXOTE<br />
O que teria acontecido<br />
nos EUA e no mundo se o<br />
célebre aviador <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias antisemitas<br />
Charles Lindbergh se tivesse apresentado<br />
às eleições em 1940 e tivesse <strong>de</strong>rrotado<br />
Franklin Roosevelt? Partindo <strong>de</strong>ste<br />
cenário hipotético, Philip Roth conta o que<br />
foi para a sua família e para um milhão <strong>de</strong><br />
famílias judias em todo o país, a vida durante<br />
os anos ameaçadores da presidência <strong>de</strong><br />
Lindbergh. Um romance envolvente e perturbador.<br />
"Autobiografia em registo crítico<br />
do presente, pelo maior romancista em activida<strong>de</strong>."<br />
(Pedro Mexia, in Diário <strong>de</strong> Notícias)<br />
Dias Exemplares<br />
MICHAEL CUNNINGHAM<br />
EDITORA: GRADIVA<br />
Atravessando diferentes<br />
géneros ficcionais, Dias<br />
Exemplares é uma po<strong>de</strong>rosa e comovente<br />
o<strong>de</strong> à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova Iorque e uma meditação<br />
sobre o rumo e o significado do <strong>de</strong>stino<br />
da América. "Li o novo livro <strong>de</strong> Michael<br />
Cunningham em três dias. Radicalmente<br />
bem escrito e imaginado, este livro conta<br />
três histórias que se <strong>de</strong>voram apaixonadamente.<br />
Deu-mo um amigo que o acha 'genial,<br />
sombrio, inquietante, profético, cheio <strong>de</strong><br />
compaixão e... religioso!'. Eu diria que é<br />
tudo isto, mas também luminoso e poético.<br />
Com a poesia literal <strong>de</strong> Walt Whitman, que<br />
amava todas as coisas, e a poesia acrescentada<br />
<strong>de</strong> Cunningham, para quem não<br />
existem vidas insignificantes. Adoro bons<br />
livros.", (Laurinda Alves, in revista Xis).<br />
Com o apoio da LIVRARIA ARQUIVO