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JORNAL DE LEIRIA | 12 DE JANEIRO DE 2006 | V | I | V | E | R | 4 | Entre o Céu... DAVID NEVES O presidente da Recilis mereceu o aplauso do ministro do Ambiente, que vai aplicar o modelo de gestão adoptado no processo de despoluição da bacia hidrográfica do Lis em explorações agro- -pecuárias de todo o País. As associação ambientalistas mostraram-se especialmente agradadas com a solução técnica escolhida para tratar os efluentes. JORGE JESUS O treinador do União de Leiria tem nome de Messias e para o clube está a ser um salvador. Desde a sua chegada, que os resultados da equipa mudaram. As vitórias e os golos começaram a aparecer e, neste momento, o clube já ocupa a sétima posição, depois de sair dos últimos lugares. Ainda há muito campeonato para se disputar, mas Jesus colocou o Leiria no bom caminho SÉRGIO LEAL O líder do PS de Pombal abandonou a última reunião de Câmara depois do seu colega socialista ter votadofavoravelmente uma proposta da maioria social-democrata, por entender estar esclarecido em relação a algumas dúvidas que Sérgio Leal achava serem motivadoras de um voto de abstenção. O vereador demonstrou inflexibilidade, assim como uma atitude que demonstra pouca capacidade de diálogo. ... e o Inferno | Pessoalíssimo| Boicotado com sentido de humor Um problema técnico dificultou, na semana passada, a comunicação preparada por Olegário Benquerença para um debate sobre a Reforma do Sistema Desportivo, integrado no Congresso do Desporto, que decorreu em Óbidos. Sem suporte informático, contornou o problema, protagonizando o primeiro momento de boa disposição, ao afirmar: "Já estamos habituados a ser boicotados… Mas costuma ser só no fim". E tanto é hábito que Benquerença vinha preparado com uma apresentação em CD, do qual puxou, advertindo: "Espero não ter trazido um do Fernando Rocha, por engano". Certo é que não se chegou a saber, porque o CD também não funcionou e o árbitro foi obrigado a improvisar: "Assim já tenho desculpa se me sair mal". Mas não foi necessário. Estava tudo na ponta da língua. “Queremos ajudar a retirar o rio Lis das páginas dos jornais por maus motivos “ FRANCISCO NUNES CORREIA, MINISTRO DO AMBIENTE O feiticeiro Parece mais um feiticeiro envolto na bandeira nacional do que um apoiante de Mário Soares na Marinha Grande. Se assim fosse talvez o feitiço não se virasse contra o verdadeiro feiticeiro, que foi recebido de forma pacífica na cidade do vidro, terra onde uma agressão, em 1994, serviu de varinha mágica para ganhar as eleições “Desperdiça-se demasiado tempo a tentar ser perfeito e a mostrar aquilo que se não é “ JAIME HENRIQUES, VENÇEDOR NACIONAL DO CONCURSO “IDEIAS DE NEGÓCIO” A farda até me fica bem! José Miguel Medeiros mostrou o seu apreço pelo trabalho dos bombeiros no verão quente de 2005. O governador civil aproveitou o momento da distribuição de material aos bombeiros voluntários do distrito para sentir na pele, pelo menos, o peso dos fatos que ofereceu. Depois de fechar o casaco, José Miguel Medeiros até gostou de se ver vestido de bombeiro. Simplesmente Maria Apesar dos holofotes incidirem mais no marido, Maria Cavaco Silva sorriu ao elogio de que foi alvo por parte da mandatária distrital, Helena da Bernarda, que elogiou as suas qualidades. Um momento fugaz de popularidade, que aconteceu segunda-feira passada, em Pombal,testemunhado por cerca de 4500 pessoas. | N a p o n t a d a l í n g u a | “Hoje a Exposalão é uma pedra no sapato, tanto a Norte como a Sul “ JOSÉ FRAZÃO, ADMINISTRADOR DA EMPRESA, NA APRESENTAÇÃO DO CALENDÁRIO PARA 2006 “Uma onda de entusiasmo começou em Dezembro nas Caldas, encheu Alcobaça, passou hoje por Leiria e Marinha Grande e esta noite inundou completamente Pombal. Ultrapassámos, sempre, em todos os locais, as expectativas mais optimistas “ HELENA DA BERNARDA, MANDATÁRIA DISTRITAL, EM POMBAL
Talentos Estava à espera de ganhar este prémio? Nunca pensei ganhar, sobretudo a nível nacional. Ter a melhor ideia de negócios do País é algo que não podia imaginar. Mas penso que é o resultado de ser persistente. Devemos rodear-nos das pessoas certas e nunca desistir dos objectivos. De que consta o projecto e a ideia “Viva +”? É uma marca para a criação, gestão e produção de todo o tipo de eventos e emoções/experiências. É uma ideia inovadora que abrange a área de realização de eventos (culturais, empresariais, de promoção), feita por pessoas que conheçam o tipo de projecto da empresa cliente e trabalhem com profissionalismo e rigor. Em Portugal, já há o conceito de vender experiências, que surgiu há três anos, através da marca “A vida é bela”. As empresas gostam porque joga com motivação e incentivo dos recursos humanos. A “Viva+” quer vender não só experiência mas também emoções. Não temos clientes, mas parceiros, criamos cumplicidades e fidelizamos clientes. Como se lembrou da ideia? Fiz uma análise de mercado, na área da realização de eventos, e percebi as necessidades de Leiria, Aveiro, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Braga. Grandes cidades, mas fora dos centros de Lisboa e Porto onde já há grandes estruturas. E porque as empresas familiares e as PME se situam aqui. Os eventos precisam de impacto, abalo psicológico, coragem (que no latim quer dizer coração). Quando é que esta empresa vai para a frente? Quando existirem os investidores certos, que acreditem, se envolvam e se apaixonem pelo projecto. Tenho uma equipa fabulosa e estou disponível para dar todas as explicações aos investidores. Mas para avançar tem de ser numa empresa com estrutura e num investimento forte. Se não, prefiro que não avance. De onde vem o seu lado empreendedor? Nunca gostei que me impusessem barreiras. O nosso limite deve ser o céu, as nossas capacidades e inteligência. Aos 17 anos, cheguei a casa e disse ao meu pai que ia constituir uma empresa na área da produção de desfiles de moda, através de grandes agências que já conhecia em Lisboa. Abri escri- Jaime Henriques, vencedor nacional do concurso “Ideias de negócio” A paixão pelo marketing tório e promovi vários cursos. E as coisas até nem correram mal. Mas não era bem aquela área que queria seguir. Não me arrependo porque ganhei maturidade e experiência e fiz um grupo de amigos que me ajudam ao longo do tempo. Com dez anos de idade, optou por um colégio interno. Porquê? Porque os meus pais, empresários, eram muito ocupados. Pensei que se queria obter uma certa formação complementar, era útil passar por um colégio. Foram dois anos que me ensinaram a ter uma certa postura na vida. Aprendi muito, a nível pessoal, porque os professores eram muito bons. Ambiciona ser empresário? Não me vejo sentado a tomar decisões. Vejo-me no terreno, a actuar. A minha felicidade não passa por dinheiro mas por fazer aquilo que gosto, a desenvolver projectos por paixão. Uma empresa não pode moverse apenas por resultados e margem lucrativa. O futebol pode dar dinheiro mas tem que apaixonar multidões. É como a política. O meu amigo João Costa, da JSD de Leiria, um dia disseme: “Estou na política porque gosto e sinto que posso dar mais a esta estrutura. Tudo o resto, vem por acréscimo.” Faltam ideias aos empresários portugueses? O grande problema dos empresários não é falta de ideias mas de troca de ideias. De coragem e de se rodearem das pessoas certas. A quem decide, como directores de Marketing Jaime Henriques, 20 anos, tem como principais referências Belmiro de Azevedo e José Mourinho. Porque são bons naquilo que fazem. E conhecer pessoalmente o treinador é mesmo o seu maior sonho. Este jovem nasceu em Outeiro da Fonte, Carvide, Leiria, e também quer ser um dos melhores em Marketing. Este ano, foi seleccionado, pela Associação Nacional de Jovens Empresários, como autor da melhor ideia nacional de negócio. Estuda no 2º ano do curso técnico de comunicação, relações públicas, marketing e publicidade, na Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal, onde é aluno de 19 a Marketing. “Não sou bom aluno noutras áreas. Não se pode ser perfeito. É preciso é persistência e inovar sempre”, diz. Filho único, depois de dois anos interno GRAÇA MENITRA ou administradores, não deve faltar a coragem que mate uma ideia. Hoje matam-se muitas ideias por falta de coragem para as levar para a frente. É preciso acreditar nos projectos e planear, que é o que muitos não fazem. Com planeamento, alcançam objectivos e sabem os meios de que necessitam. O que move a Democracia é a troca de ideias. Só com esforço de unidade se pode construir um Portugal com um posicionamento claro nas áreas em que somos bons: moldes, plásticos, cerâmica, calçado, gastronomia, vinhos, turismo, entre outras. Desperdiçase demasiado tempo a tentar ser perfeito e a mostrar aquilo que se não é. O segredo está em apostar numa competência tão forte que nos diferenciará dos outros, da concorrência. Mesmo que em outras áreas sejamos relativamente medianos. Só assim teremos um posicionamento na Europa. A Suíça tem os relógios e os chocolates, a Espanha tem a agricultura e o turismo. E nós? Qual é o nosso posicionamento? Graça Menitra José Mourinho como referência em Coimbra, foi estudar para Pataias e viver com a avó paterna, sempre um grande apoio. Devido à mudança, chumbou no 8º ano. Na Escola Secundária da Batalha voltou a chumbar, o que o levou a reflectir. Fez uma passagem de modelos na escola e ficou apaixonado pela moda, até porque a namorada fazia desfiles. Optou depois pelo curso de logista, na Escola Profissional da Batalha, que também abandonou para constituir a sua empresa. Estudou coordenação de moda em Lisboa e trabalhou na L´Agence Mode cerca de cinco meses, em part-time. Depois recebeu um convite para gerir uma agência de modelos em Lisboa. Conheceu amigos que ainda o acompanham, como Inês Noronha, de Lisboa e Mónica Azevedo, de Leiria. Com apenas 18 anos, geria a sua empresa em Leiria e outra em Lisboa, estu- “Desperdiça-se demasiado tempo a tentar ser perfeito e a mostrar aquilo que se não é. O segredo está em apostar numa competência tão forte que nos diferenciará dos outros, da concorrência. Mesmo que em outras áreas sejamos relativamente medianos” dada e namorava. “Fui obrigado a amadurecer. Pensava que aguentava tudo até ter um grande acidente de viação, quando à meia-noite ia para Lisboa. Percebi então que não era o Deus”, conta. Entrou num tipo de depressão, da qual demorou a sair. Deixou o emprego, foi aos Estados Unidos, onde tem família. Quando regressou, matriculou- -se na escola de Pedrógão Grande. Agora quer acabar o curso, em Julho pensa fazer um estágio em Barcelona, integrado num projecto internacional e gostava de fazer uma licenciatura nos Estados Unidos. Sem tempo para namorar, tem como prioridade a sua formação académica. Nos tempos livres toca viola acústica numa banda, para a qual escreve letras e em casa – refere – “desabafo com a viola”. Devora livros de Marketing, lê jornais e adora fazer fotografia. | V | I | V | E | R | 5 | JORNAL DE LEIRIA | 12 DE JANEIRO DE 2006
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