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Controlando o aquecimento global. - Fundação Visconde de Cairu

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Capítulo 3: As dificulda<strong>de</strong>s para substituir a matriz<br />

energética fóssil<br />

Vimos no capítulo passado que os combustíveis fósseis<br />

representam a expressiva participação <strong>de</strong> 56,6% nas emissões mundiais<br />

<strong>de</strong> gases estufa. Temos <strong>de</strong> lado um combustível caro e portátil, que<br />

representa a maior fatia do mercado <strong>de</strong> energia no mundo entre os<br />

fósseis, como o petróleo, e do outro lado o carvão mineral e o gás<br />

natural mais baratos e predominantemente não portáteis. Uma menor<br />

participação <strong>de</strong>ssa matriz energética fóssil é essencial para alcançarmos<br />

a meta <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> diminuição <strong>de</strong> gases estufa até 2030. No entanto,<br />

existem muitas problemas que dificultam esse processo. O principal<br />

chama-se tempo. As termelétricas fósseis, por exemplo, possuem uma<br />

vida útil <strong>de</strong> até 40 anos, sendo portanto a substituição por novas usinas<br />

lenta. Além disso, as empresas do setor planejam investimentos com<br />

anos <strong>de</strong> antecedência, principalmente em pesquisa. No caso do<br />

transporte rodoviário, que representa a maioria das emissões do setor <strong>de</strong><br />

transportes, ocorre um cenário parecido. Os carros e caminhões novos<br />

têm uma vida útil <strong>de</strong> 20 anos. Temos uma infra-estrutura <strong>de</strong><br />

fornecimento (ex. postos <strong>de</strong> gasolina) <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo (diesel,<br />

querosene, gasolina) com vida útil longa. No parque industrial, o<br />

problema também se repete quanto ao tempo <strong>de</strong> vida útil. Um país que<br />

<strong>de</strong>cretasse o fechamento <strong>de</strong> todas termelétricas nos próximos 20 anos<br />

teria que arcar com os custos <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> novas usinas <strong>de</strong> geração<br />

<strong>de</strong> energia limpa, mais caras do que as usinas fósseis, e com os custos <strong>de</strong><br />

in<strong>de</strong>nização das empresas proprietárias das usinas e <strong>de</strong> seus respectivos<br />

acionistas. Uma proibição <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> novas usinas termelétricas<br />

também po<strong>de</strong> esbarrar nos lobbys políticos das empresas donas das<br />

gran<strong>de</strong>s jazidas <strong>de</strong> carvão, gás e petróleo, que não aceitam per<strong>de</strong>r<br />

bilhões <strong>de</strong> dólares em patrimônio na forma <strong>de</strong> reservas sem uma justa<br />

in<strong>de</strong>nização. Uma ponto dramático que piora a situação é o crescimento<br />

econômico acelerado acima <strong>de</strong> 7% ao ano da India e da China, com<br />

populações somadas <strong>de</strong> quase 2,5 bilhões <strong>de</strong> habitantes e que tem o<br />

carvão barato, o combustível mais poluente do mundo, como a principal<br />

fonte energética. Uma solução plausível seria os governos agirem nos<br />

mercados com incentivos para as empresas renováveis ou com a<br />

taxação <strong>de</strong> impostos sobre as termelétricas poluidoras, a fim <strong>de</strong> diminuir<br />

gradativamente no <strong>de</strong>correr dos próximos anos a participação das

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