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Controlando o aquecimento global. - Fundação Visconde de Cairu

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Arábia Saudita, Irã, Iraque, Venezuela, Nigéria e Líbia. No momento<br />

em que o petróleo sobe <strong>de</strong>mais, corre-se o risco <strong>de</strong> se sofrer choques<br />

econômicos que só po<strong>de</strong>rão ser aliviados em alguns anos através da<br />

introdução <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> eficiência energética, pois a infra-estrutura<br />

energética não consegue sobreviver no curto prazo sem petróleo, ou<br />

mesmo com menos petróleo. A primeira crise mundial do petróleo nos<br />

anos 70, por exemplo, incentivou os Estados Unidos a fabricarem carros<br />

mais econômicos. A prevenção <strong>de</strong> uma crise energética através da<br />

diminuição da <strong>de</strong>pendência dos combustíveis fósseis é a melhor<br />

alternativa para evitar choques econômicos. O investimento nas<br />

iniciativas <strong>de</strong> diminuição <strong>de</strong> emissões po<strong>de</strong> cumprir esse papel. No<br />

entanto também há o outro lado da moeda. Se todas as iniciativas <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissões forem implementadas, isso po<strong>de</strong> provocar um<br />

choque <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> oferta, reduzindo os preços do barril do petróleo.<br />

Há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nesse cenário o cartel da OPEP tornar os preços<br />

do petróleo artificialmente baixos temporariamente, no momento em<br />

que se sentir ameaçado na posição <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r do mercado energético<br />

mundial. As empresas tomam <strong>de</strong>cisões econômicas com anos <strong>de</strong><br />

antecedência e num cenário <strong>de</strong> preço do petróleo muito baixo, po<strong>de</strong>m<br />

preferir continuar investindo em infra-estruturas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do<br />

combustível fóssil, temendo per<strong>de</strong>r vantagens competitivas contra outras<br />

empresas do seu setor econômico no futuro. Nesse momento entra uma<br />

importante palavra para evitar esse processo: regulação. Quando um<br />

país tem uma infra-estrutura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do petróleo e acontece um<br />

choque <strong>de</strong> preços elevados, não há alternativa, senão suportar o choque<br />

econômico. Mas quando o preço baixa muito a melhor alternativa é<br />

evitar que as empresas do país tomem como referência esse valor que é<br />

temporariamente ilusório. Essa é uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> estratégia que evita a<br />

sedução por preços <strong>de</strong> petróleo baratos e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão está<br />

inteiramente nas mãos dos países consumidores. A regulação através da<br />

fixação <strong>de</strong> preços mínimos garante a implantação da infra-estrutura<br />

energética <strong>de</strong> baixo carbono sem que as empresas temam uma<br />

concorrência <strong>de</strong>sleal contra a infra-estrutura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do carbono. A<br />

consultoria McKinsey avaliou a influência do preço médio do petróleo a<br />

40 dólares o barril, no custo líquido das iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões. Em 2030 esse valor baixo do petróleo representaria um<br />

aumento <strong>de</strong> 4,5 euros por tonelada <strong>de</strong> CO2 equivalente no custo médio<br />

das iniciativas, pois apesar <strong>de</strong> o custo das iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões continuar o mesmo, ele ficaria mais caro quando comparado<br />

com a infra-estrutura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> carbono. Praticamente se dobraria o

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