Controlando o aquecimento global. - Fundação Visconde de Cairu
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Capítulo 6: A viabilida<strong>de</strong> política da proposta da<br />
Mckinsey<br />
No capítulo 4 se comentou sobre as previsões científicas do<br />
IPCC 2007 quanto ao impacto das emissões <strong>de</strong> gases estufa no clima<br />
<strong>global</strong>. A conclusão do Painel Intergovernamental é que as emissões<br />
precisam parar <strong>de</strong> crescer ate 2015 e a partir daí <strong>de</strong>clinar linearmente até<br />
serem entre 50% e 85% menores no ano 2050 em relação às emissões<br />
do ano 2000, para que se evitem mudanças climáticas perigosas. Por<br />
outro lado, a Agência Internacional <strong>de</strong> Energia e a Consultoria<br />
McKinsey, baseando-se em previsões populacionais e econômicas,<br />
afirmam que se nada for feito, a tendência é que as emissões <strong>de</strong> gases<br />
estufa cresçam enormemente entre 2005 e 2030. A Consultoria<br />
McKinsey propõe o investimento em 200 iniciativas para mudar essa<br />
situação, gerando um cenário <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases estufa capaz <strong>de</strong><br />
limitar o <strong>aquecimento</strong> <strong>global</strong> <strong>de</strong>ntro dos 2°C seguros para o planeta.<br />
Temos então previsões científicas e econômicas sobre o <strong>aquecimento</strong><br />
<strong>global</strong>. Temos também uma proposta <strong>de</strong> controle do <strong>aquecimento</strong> <strong>global</strong><br />
nos próximos 20 anos com um <strong>de</strong>terminado custo econômico. Agora a<br />
questão principal é respon<strong>de</strong>r a seguinte pergunta: Existe viabilida<strong>de</strong><br />
política para se implementar a proposta da Consultoria McKinsey que<br />
busca diminuir as emissões <strong>de</strong> gases estufa?<br />
A existência <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> política passa pelos custos<br />
econômicos <strong>de</strong> implementação. O custo líquido anual <strong>de</strong>ve representar<br />
menos <strong>de</strong> 0,4% do PIB <strong>global</strong> em 2030, um valor muito atrativo. No<br />
entanto a implementação das iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> gases estufa<br />
<strong>de</strong>mandará gran<strong>de</strong>s investimentos no período 2011-2030 que<br />
aumentarão gradativamente e atingirão 811 bilhões <strong>de</strong> euros em 2030, o<br />
que representa aproximadamente 1,35% do PIB <strong>global</strong> estimado em<br />
2030. Existem gran<strong>de</strong>s problemas à vista. Os políticos dos países em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong>m preferir colocar a culpa do <strong>aquecimento</strong> <strong>global</strong><br />
nos países <strong>de</strong>senvolvidos e não assumirem nenhum tipo <strong>de</strong> meta <strong>de</strong><br />
redução <strong>de</strong> emissões, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>magogicamente que precisam<br />
combater a pobreza nos seus países. Os países <strong>de</strong>senvolvidos têm<br />
condições <strong>de</strong> custearem os investimentos nos seus próprios países, mas<br />
o custeio completo dos países em <strong>de</strong>senvolvimento por parte dos países