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Cadernos HumanizaSUS - BVS Ministério da Saúde

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Formação<br />

Introdução<br />

<strong>Cadernos</strong> <strong>HumanizaSUS</strong><br />

O fortalecimento do processo de humanização no Estado do Pará tem sido intensificado<br />

nos últimos três anos através <strong>da</strong>s iniciativas dispara<strong>da</strong>s pela Coordenação Estadual de<br />

Humanização, setor vinculado à Secretaria de Estado de <strong>Saúde</strong>, com o apoio institucional<br />

<strong>da</strong> Política Nacional de Humanização <strong>da</strong> Atenção e Gestão do SUS (PNH) no sentido do<br />

acompanhamento, monitoramento e avaliação <strong>da</strong>s frentes de trabalho.<br />

Localizado em um território marcado pela exuberante riqueza natural, o Pará enfrenta<br />

expressivos desafios que incluem sobretudo a regionalização <strong>da</strong> saúde, o aumento <strong>da</strong><br />

participação social e a ordenação e fortalecimento <strong>da</strong> rede primária de atenção, considerando<br />

sua posição como segundo maior território geográfico <strong>da</strong> Região Norte, com uma população<br />

superior a sete milhões de habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA,<br />

2007) composta por etnias indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Com 143 municípios, o Pará<br />

concentra locais de difícil acesso, o que se reflete em especifici<strong>da</strong>des que desafiam o planejamento<br />

regional e as políticas públicas no que se refere à alocação de recursos e à consoli<strong>da</strong>ção do SUS<br />

no caminho <strong>da</strong> superação <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des intra e inter-regionais (OLIVEIRA, 2008).<br />

O contexto histórico <strong>da</strong>s ações de formação de apoiadores no estado do Pará<br />

Em fevereiro de 2008, durante a reunião do Coletivo Nacional que incluiu representantes dos<br />

estados do norte do País, foi concretizado um plano de formação de apoiadores para a região,<br />

considerando a escassez em investimentos e priori<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s políticas públicas naquele território.<br />

Tal deman<strong>da</strong> surgiu em função <strong>da</strong>s características e especifici<strong>da</strong>des desta área geográfica que,<br />

apesar do avanço técnico e político, ain<strong>da</strong> se mantém distancia<strong>da</strong> no seu desenvolvimento<br />

social e econômico, reforçando uma posição de desigual<strong>da</strong>de em relação às outras regiões<br />

brasileiras. Um dos encaminhamentos derivados <strong>da</strong>quele encontro ressaltava a necessi<strong>da</strong>de de<br />

priorizar a Região Norte nos investimentos e apoio federais, de modo a facilitar a capilarização<br />

<strong>da</strong> Política Nacional de Humanização, superando as fronteiras e peculiari<strong>da</strong>des locorregionais,<br />

o que representava uma aposta mas também um desafio importante no cenário nacional<br />

<strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> PNH. 5<br />

As ações de formação <strong>da</strong> PNH no Pará se iniciaram no primeiro semestre de 2008, como uma<br />

primeira etapa de “Oficinas de Sensibilização Humanizasus-Pará”, realiza<strong>da</strong>s nos meses de<br />

maio, junho e agosto do mesmo ano, num total de quatro oficinas, como ativi<strong>da</strong>des iniciais do<br />

Plano de Formação <strong>da</strong> Região Norte, o qual previa a formação de apoiadores institucionais<br />

(CAMPOS, 2005b) para sustentar processos de mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> gestão e atenção do SUS<br />

estadual. O objetivo desta iniciativa estava relacionado à necessi<strong>da</strong>de de instrumentalizar<br />

os trabalhadores <strong>da</strong> saúde para intervenção nos processos de trabalho (CAMPOS, 2005a),<br />

considerando as peculiari<strong>da</strong>des locais e regionais, com o objetivo de fomentar mu<strong>da</strong>nças nos<br />

5 Em 2006, dois<br />

trabalhadores foram<br />

escolhidos para participar<br />

do primeiro Curso<br />

Nacional de Formação<br />

de Apoiadores <strong>da</strong> PNH e<br />

os resultados apontaram<br />

para a necessi<strong>da</strong>de<br />

de uma ampliação<br />

<strong>da</strong> articulação em<br />

rede para sustentar a<br />

implementação <strong>da</strong> PNH,<br />

bem como a ampliação<br />

do coletivo responsável<br />

por essa frente. Esta<br />

experiência funcionou<br />

como um indicador<br />

que revelou que a<br />

inserção em processos<br />

de formação não<br />

implica necessariamente<br />

no engajamento em<br />

ações concretas de<br />

transformação, o que, na<br />

reali<strong>da</strong>de estadual, talvez<br />

seja reforçado pela pouca<br />

existência de coletivos<br />

fortalecidos em torno<br />

desta proposta. Há que<br />

se considerar também<br />

que, diferentemente de<br />

outros estados brasileiros,<br />

a saúde pública ain<strong>da</strong><br />

é um tema pouco<br />

problematizado nos<br />

cursos de graduação em<br />

saúde, o que dificulta<br />

a muitos trabalhadores<br />

apropriarem-se de sua<br />

condição de cogestores do<br />

processo.<br />

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