Cadernos HumanizaSUS - BVS Ministério da Saúde
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Formação<br />
<strong>Cadernos</strong> <strong>HumanizaSUS</strong><br />
Os principais temas abor<strong>da</strong>dos incluíam a estrutura e funcionamento do SUS; a PNH<br />
no contexto do SUS; função apoio institucional; princípios, método e diretrizes <strong>da</strong> PNH,<br />
incluindo ativação de redes sociais, valorização do trabalho e do trabalhador, clínica<br />
amplia<strong>da</strong>, acolhimento, cogestão, entre outros.<br />
A primeira ativi<strong>da</strong>de de dispersão consistia na utilização do Método <strong>da</strong> Ro<strong>da</strong> (CAMPOS,<br />
2003) nos espaços de trabalho com a finali<strong>da</strong>de de compartilhar a experiência do curso<br />
e construir nesse coletivo a análise de cenário, com base em um roteiro apresentado<br />
previamente. Esse instrumento tinha, portanto, mais o objetivo de ser um disparador<br />
de processo do que uma finali<strong>da</strong>de em si, cuja utilização pudesse estar desvincula<strong>da</strong> do<br />
cotidiano do trabalhador.<br />
No segundo encontro, os participantes trouxeram essas experiências e a narrativa do que<br />
havia sido possível construir até aquele momento, já que na fase seguinte a tarefa seria a<br />
construção de linhas de ação para implementação <strong>da</strong> PNH, o que deveria ser feito como<br />
os pares, nos locais de trabalho.<br />
Esta construção com os coletivos locais tinha também como objetivo o exercício <strong>da</strong> função<br />
apoiador, considerando a indissociabili<strong>da</strong>de formação-intervenção, que implicava colocar<br />
em análise os saberes, poderes e afetos que permeiam as relações. A experiência de convívio<br />
com os trabalhadores demonstrou que a análise desse entrelaçamento de relações não é<br />
um exercício fácil pois sua realização depende tanto <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de escuta de outros<br />
discursos, quanto <strong>da</strong> habili<strong>da</strong>de para observar os outros, fazendo ou sofrendo impactos<br />
<strong>da</strong> prática.<br />
A experiência do uso de um roteiro de análise de cenário colocou para o grupo condutor<br />
do processo de formação algumas aprendizagens ao longo do curso:<br />
- O roteiro, quando houver, precisa ser problematizado com o grupo e a<strong>da</strong>ptado<br />
às necessi<strong>da</strong>des e reali<strong>da</strong>des locais;<br />
- A análise de cenário não está desvincula<strong>da</strong> <strong>da</strong> intervenção: a análise é intervenção<br />
e para analisar/intervir é preciso estar implicado;<br />
- É necessário o uso do Método <strong>da</strong> Ro<strong>da</strong> (CAMPOS, 2003) nas análises de cenário<br />
para o fortalecimento <strong>da</strong> gestão democrática e participativa;<br />
- Há necessi<strong>da</strong>de de apoios pontuais e presenciais do grupo de apoiadores <strong>da</strong><br />
formação, no período de dispersão, para a superação <strong>da</strong> dimensão burocrática<br />
<strong>da</strong> análise tradicional do cotidiano de trabalho.<br />
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