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Pesquisa sobre Mandioca

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5- Fale <strong>sobre</strong> as etapas do processo de produção da farinha para nós?<br />

R: A mandioca chega no carro de boi. Então, a raiz é raspada, tirando-lhe a<br />

casca, é lavada e depois cevada ( significa ralar). O boi é colocado no engenho e vai<br />

girando, rodando as engrenagens. Forma-se uma massa compacta, que é prensada,<br />

de modo a espremer para que saia todo o líquido. Esse processo dura umas cinco<br />

horas. A massa então, já seca (sem água), sai em torrões, é desmanchada e<br />

peneirada. Aí vai para a torra (forneamento).<br />

A massa é mexida com a ajuda de uma hélice e dos forneiros. Nessa etapa é<br />

importante o cuidado com o ponto da farinha, para não deixar queimar.<br />

São cerca de 40 minutos de forno. Antigamente, forneavamos 24 horas<br />

seguidas, tamanho o volume de produção de mandioca, colhida aqui mesmo e<br />

trabalhávamos com revezamento.<br />

6- A mandioca utilizada atualmente vem de onde?<br />

R: Nós temos um fornecedor muito antigo, o “seu” Altino, de 88 anos. Ele<br />

afazia parte da história do engenho e produz mandioca desde menino, em sua<br />

propriedade no Ratones.<br />

7- Soubemos que o Engenho ficou um tempo parado. Quais as maiores<br />

dificuldades na sua reativação?<br />

R: Quando meu pai morreu, paramos durante pouco tempo, mas na verdade, ele<br />

nunca parou, fazíamos pequenas produções, mesmo que para consumo familiar. São<br />

147 anos de história de funcionamento. As maiores dificuldades, hoje, estão ligadas<br />

a questões ambientais e leis de preservação: muitas pessoas que faziam roças e<br />

viviam da terra não puderam mais cultiva- lãs, pois viraram área de preservação<br />

permanente. Também a substituição da madeira de lei, que não pode ser cortada e<br />

utilizada no engenho.<br />

8- Existem datas ou épocas específicas para se produzir a farinha?<br />

R: Sim é nos meses de abril a julho. Nessa época fazemos pelo menos 6 ou 7<br />

farinhadas atualmente. O final de setembro é o último período do ano, pois depois<br />

disso, devido ao clima, (verão chuvoso), na “Arrebentação” ( quando as plantas<br />

estão brotando), a mandioca tem de 70 a 80% de água e não se presta para fazer<br />

farinha. Outro momento bastante marcante é a festa do divino, onde a atividade é<br />

bastante reconhecida e valorizada pela sociedade.<br />

9- Vocês produzem mais de um tipo de farinha?<br />

R: A característica da farinha depende da mandioca utilizada. <strong>Mandioca</strong><br />

amarela produz uma farinha mais grossa. Se é mais branca, a farinha produzida é<br />

mais doce e fina. Além disso, sabemos que a farinha aqui do Sul, especialmente de<br />

Florianópolis é diferente do restante do país, porque tem mais concentração de<br />

polvilho. No Norte e Nordeste, é mais granulada e curtida na água. A diferenciação<br />

de nossa farinha se dá por influência açoriana, onde tentaram assemelha- lá ao<br />

trigo para utilizar na panificação.<br />

10- Qual o destino da farinha produzida pelo Engenho Andrade?<br />

R: É importante salientar que nosso objetivo não é comercial e sim, preservar a<br />

tradição. Na Festa do Divino, por exemplo, toda produção foi vendida aqui mesmo.

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