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cooperativismo de gênero - Ministério da Agricultura, Pecuária e ...

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mento do realizado por mulheres é explica<strong>da</strong> por um conjunto <strong>de</strong> autoras que abor<strong>da</strong>m<br />

a existência <strong>da</strong> hierarquização entre os <strong>gênero</strong>s, tais como Miriam Nobre e Nalu Faria<br />

(1998). Esta relação tem sua base material na divisão sexual do trabalho e organiza, sem<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s, aspectos econômicos, sociais, vivências particulares, símbolos e<br />

representações em imagens <strong>de</strong> constante movimento, como em um caleidoscópio (cf.<br />

Nobre (1998), apud Moraes, 2005, p13).<br />

Em que pese homens e mulheres exercerem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na esfera <strong>da</strong> produção e <strong>da</strong><br />

reprodução, tanto no âmbito público, privado, governamental ou comunitário, sempre<br />

as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s domésticas e familiares são associa<strong>da</strong>s às mulheres. Um dos resultados <strong>de</strong>ssa<br />

divisão é que, em todo o mundo, as mulheres têm um dia <strong>de</strong> trabalho mais longo que os<br />

homens (cf. Oakley (1972), apud Moraes, 2005, p14).<br />

Uma <strong>da</strong>s contradições <strong>de</strong>stes papéis, no que diz respeito a mulheres tomarem<br />

conta <strong>da</strong> casa e homens trabalharem fora, é o caso <strong>da</strong>s mulheres negras. Elas sempre<br />

foram força<strong>da</strong>s a trabalhar fora por conta <strong>da</strong> escravidão e pela falta <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

estudo e emprego. Contudo, em razão do preconceito racial, exerceram e exercem, na<br />

gran<strong>de</strong> maioria, serviços domésticos. O mesmo ocorre com as mulheres camponesas que,<br />

além <strong>de</strong> tomarem conta <strong>da</strong> casa, realizam o trabalho <strong>da</strong> roça, produzindo, assim, tanto a<br />

mercadoria quanto o sustento <strong>da</strong> casa.<br />

Estudos e pesquisas realizados sobre esse tema indicam a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas<br />

afirmativas cujos resultados apontem transformações construí<strong>da</strong>s na perspectiva <strong>da</strong><br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s no mundo do trabalho, a partir do reconhecimento <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e <strong>da</strong>s diferenças.<br />

É preciso que essas temáticas façam parte <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> do <strong>cooperativismo</strong>, não<br />

como uma coisa isola<strong>da</strong>, mas inseri<strong>da</strong> no contexto geral.<br />

A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> representa um princípio básico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Respeito às diferenças<br />

pressupõe o reconhecimento do igual valor social <strong>da</strong>s mulheres e dos homens, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> raça/cor, orientação sexual, <strong>de</strong>ficiência e do respectivo estatuto na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Implica a participação equilibra<strong>da</strong> <strong>de</strong> homens e mulheres em to<strong>da</strong>s as esferas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>,<br />

incluindo a participação econômica, política, social e na vi<strong>da</strong> familiar, sem interditos nem<br />

barreiras em razão do <strong>gênero</strong>, raça/cor, orientação sexual, <strong>de</strong>ficiência, entre outras.<br />

A relação <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para as mulheres na perspectiva dos sujeitos<br />

sociais acontece num <strong>de</strong>terminado contexto histórico-político-social e cultural na busca<br />

<strong>da</strong> inclusão social dos sujeitos excluídos, visando a transformação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, com base<br />

numa dimensão <strong>de</strong> justiça social, <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> respeito às diferenças,<br />

na perspectiva <strong>da</strong> humanização <strong>da</strong>s pessoas.<br />

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