Manual de Prevenção das DST/HIV/Aids em Comunidades Populares
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Diferentes vulnerabilida<strong>de</strong>s, diferentes enfoques<br />
Alguns t<strong>em</strong>as <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser tratados <strong>de</strong> modo especial no trabalho <strong>de</strong> prevenção.<br />
Raça e etnia<br />
Uma <strong>de</strong>ssas questões são as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e econômicas<br />
enfrenta<strong>das</strong> pela população negra. Ter um recorte étnicoracial<br />
na ação <strong>de</strong> prevenção significa reconhecer o quanto essas<br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s influenciam diretamente à vulnerabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sse grupo populacional ao <strong>HIV</strong>/aids.<br />
Gêneros<br />
Trabalhar com o recorte <strong>de</strong> gênero é trabalhar com os homens<br />
e as mulheres. Não quer dizer <strong>de</strong>ixar os homens <strong>de</strong> fora. Ao<br />
contrário, muitos/as agentes <strong>de</strong> prevenção l<strong>em</strong>bram que é preciso envolver os homens<br />
na discussão sobre os papéis vividos por eles e pelas mulheres.<br />
“T<strong>em</strong>os um projeto <strong>em</strong> que realizamos oficinas<br />
com mulheres e uma <strong>de</strong>las chegou a ter 100<br />
participantes. Perceb<strong>em</strong>os nessas oficinas que as<br />
mulheres têm a preocupação <strong>de</strong> saber se estão sendo<br />
traí<strong>das</strong> por saber<strong>em</strong> que t<strong>em</strong> aumentado o índice<br />
<strong>de</strong> mulheres casa<strong>das</strong> com <strong>HIV</strong>, mas não consegu<strong>em</strong><br />
pedir para que seus maridos us<strong>em</strong> camisinha.<br />
É importante fazer um trabalho não só com as<br />
mulheres, mas com os homens casados também (...)<br />
Grupo-consulta Cuiabá<br />
Mas, como isso po<strong>de</strong> ser feito, se os homens, muitas vezes, se mostram resistentes a falar<br />
<strong>de</strong>sses t<strong>em</strong>as e participar <strong>das</strong> oficinas? Uma <strong>das</strong> formas <strong>de</strong> aproximação é ir aos locais<br />
na comunida<strong>de</strong> que eles freqüentam – como a quadra <strong>de</strong> futebol e os bares (biroscas,<br />
ven<strong>das</strong>) – e iniciar um bate-papo informal. Dessa maneira, os homens po<strong>de</strong>m se sentir<br />
mais à vonta<strong>de</strong> para se abrir para a discussão e colocar suas dúvi<strong>das</strong> e questões.<br />
Homossexualida<strong>de</strong>s<br />
A discriminação e o preconceito estão fort<strong>em</strong>ente presentes<br />
<strong>em</strong> nosso País, sobretudo com grupos consi<strong>de</strong>rados diferentes,<br />
que, muito facilmente, vão sendo colocados à marg<strong>em</strong> da<br />
socieda<strong>de</strong>. Os grupos-consulta reforçaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se trabalhar pela não-discriminação dos gays e homens que<br />
faz<strong>em</strong> sexo com homens, lésbicas, travestis, transexuais,<br />
transgêneros. Afinal, discriminação não é bom pra ninguém.<br />
Pense também nas situações <strong>de</strong> discriminação que você<br />
mesmo já viveu.<br />
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Ilustrações <strong>de</strong> Lúcia Saldanha Gomes (PN <strong>DST</strong>/AIDS)