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Deus na Natureza - Grupo da Paz - Centro Espírita

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devem essas leis, que são, elas mesmas, precisamente a expressão<br />

imutável dessa inteligência eter<strong>na</strong>.<br />

E não será algo ridículo pretender que essa causa deixe de<br />

existir, pelo motivo do íntimo acordo com essas mesmas leis?<br />

Vejamos, por exemplo, um excelente harpista: a sua virtuosi<strong>da</strong>de<br />

é tão perfeita que os acordes frementes parecem-nos identificados<br />

com a poesia <strong>da</strong> sua alma! Diremos, então, que essa alma<br />

não existe, visto que para lhe admitir existência fora preciso que<br />

ela estivesse eventual e arbitrariamente em desacordo com as leis<br />

<strong>da</strong> Harmonia! Essa maneira de racioci<strong>na</strong>r é tão falsa que os<br />

próprios autores que a utilizam são os primeiros a reconhecê-lo<br />

implicitamente. Assim é que Büchner, referindo-se a milagres e<br />

ao fato de haver o clero inglês solicitado a decretação de um dia<br />

de jejum e de preces para conjurar a cólera, elogia Palmaraton<br />

por haver respondido que o surto epidêmico dependia mais de<br />

fatores <strong>na</strong>turais, em parte conhecidos, e poderia melhor jugularse<br />

com providências sanitárias, antes que com preces.<br />

Muito bem! O autor, melhor ain<strong>da</strong>, acrescenta: “Essa resposta<br />

lhe acarretou a pecha de ateísmo e o clero declarou pecado<br />

mortal não crer pudesse a Providência transgredir, a qualquer<br />

tempo, as leis <strong>da</strong> <strong>Natureza</strong>.”<br />

Mas, que singular idéia faz essa gente de <strong>Deus</strong> que por si criou!<br />

Um legislador supremo a deixar-se comover por preces e<br />

soluços, a subverter a ordem imutável que ele mesmo instituiu, a<br />

violar por suas próprias mãos a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s forças <strong>na</strong>turais! –<br />

“Todo o milagre, se existisse – diz também Cotta – provaria que<br />

a Criação não merece o respeito que lhe tributamos e os místicos<br />

deveriam deduzir, <strong>da</strong> imperfeição do criado, a imperfeição do<br />

Criador.”<br />

Aí temos os adversários em contradição consigo mesmos,<br />

quando, por um lado, não querem admitir uma razão eter<strong>na</strong> em<br />

concordância de leis imutáveis, e por outro pensam conosco, que<br />

a idéia de imutabili<strong>da</strong>de ou, pelo menos, a regulari<strong>da</strong>de, identifica-se<br />

muito melhor com a perfeição ideal do ser desconhecido<br />

que denomi<strong>na</strong>mos <strong>Deus</strong>, do que a idéia de mutabili<strong>da</strong>de e arbitrarie<strong>da</strong>de,<br />

que umas tantas crenças pretendem impor-lhe.

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