Família: O Primeiro Sujeito Educativo - Avsi
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<strong>Família</strong>: O <strong>Primeiro</strong> <strong>Sujeito</strong> <strong>Educativo</strong> em Debate Figini e Petrini<br />
é que ela possa reconhecer que de frente a uma regra está a liberdade de ela dizer<br />
sim ou não.<br />
Outra provocação do grupo foi a da angústia profissional diante do limite,<br />
diante de certas situações. O João Carlos havia mencionado que nesse limite<br />
profissional entra em jogo a questão da liberdade e da esperança. Nós<br />
queríamos que você falasse um pouco disso.<br />
Petrini<br />
Eu sempre parto do ponto de que eu tenho um limite, de que eu sou limitado.<br />
Aquilo que eu faço são tentativas, e nessas tentativas eu peço ajuda a outros. E eu<br />
perco muitos rapazes, mas eu estou convencido e já experimentei que onde existe esse<br />
interesse, esse olhar para a vida do outro, antes ou depois ele volta.<br />
Por exemplo, eu fiz um percurso com uma criança, eu encontrei os meus<br />
colegas de trabalho sobre esta situação e eu me comparei. A esperança onde está? Eu<br />
não estou sozinho e amanhã eu posso começar de novo com os meus colegas de<br />
trabalho uma nova situação. Eu não posso determinar a vida de ninguém como<br />
ninguém pode determinar a minha, eu só posso acompanhar o outro indicando um<br />
caminho, um percurso, relacionamentos, algumas oportunidades, explicando o<br />
sentido do trabalho, do estudo, da escola, falando de quem é o pai dela, de quem é a<br />
mãe, de quem são os amigos, isso eu posso fazer. Eu posso apontar o caminho.<br />
Pensem quantas vezes de manhã nos levantamos sem a esperança de um caminho,<br />
quantas vezes nós percebemos não ter esperanças sobre a nossa vida, a esperança,<br />
pois a esperança permite um relacionamento com a realidade. Nós devemos viver a<br />
realidade, devemos introduzir esses rapazes na realidade, mas para fazer isso devemos<br />
conhecer a realidade, não devemos ter medo de chamar as coisas com o próprio<br />
nome: o pai é o pai, a mãe é a mãe, os irmãos são os irmãos, os familiares são os<br />
familiares, os amigos são os amigos, os medos são os medos, a fome é a fome, assim<br />
por diante. Muitas vezes, nós vivemos uma ilusão e assim cobrimos a realidade de<br />
relacionamentos instintivos, de um sentimentalismo! É como colocar açúcar no café,<br />
mas é diferente colocar açúcar no café sem ter as razões. Se o café é amargo, devo<br />
colocar o açúcar para fazê-lo doce. Isso parece muito banal, mas nos relacionamentos,<br />
Apontar, não<br />
determinar o<br />
caminho do outro<br />
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