Família: O Primeiro Sujeito Educativo - Avsi
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<strong>Família</strong>: o primeiro sujeito educativo<br />
que todo o nosso empenho sobre o trabalho, no trabalho, tenha como reflexo uma<br />
atenção e uma ternura para com os outros, que devem ser tomados nos braços e<br />
ajudados a caminhar, como crianças ou enfermos, como nós mesmos: é por isso que<br />
agimos, não por menos.<br />
Nesta altura, eu gostaria de poder ler muitos testemunhos (cheguei a trazêlos<br />
para ler), especialmente os que as <strong>Família</strong>s para a Acolhida me enviaram. A obra<br />
das <strong>Família</strong>s para a Acolhida não é "peculiar": é uma grande inspiração, que está<br />
invadindo todas as comunidades do Movimento. Que Cristo nos ajude e que Nossa<br />
Senhora, neste seu mês de outubro, dilate a possibilidade dessa generosidade!<br />
Lamento mesmo não poder ler agora esses testemunhos. Cito apenas algumas passagens.<br />
"Quando me faltaram os relacionamentos [o marido foi embora e a mãe<br />
morreu], entendi que estava no mundo por Cristo." Aí está. É justamente isso que<br />
dizem, de um modo ou de outro, todos os testemunhos das famílias que praticam a<br />
acolhida, que vivem a acolhida, não para colaborar com o governo em função de uma<br />
ou outra necessidade, mas por um ímpeto, por algo maior, pelo significado que vive<br />
como espera em seu coração, pelo significado da vida delas. Todas as famílias que se<br />
dedicam à acolhida repetem isso, de um modo ou de outro, nos documentos que me<br />
enviaram (pelos quais sou grato a elas): "No esforço que fazemos, entendemos que<br />
viemos ao mundo por Cristo" – ou seja, pelo Redentor do homem, pela salvação do<br />
homem, por Aquele que é salvação do homem; se viemos ao mundo por Aquele que<br />
é salvação do homem, então toda a nossa vida, mesmo na mesquinhez em que<br />
consegue traduzi-lo, não pode deixar de desejar fazer o bem, algum bem, aos outros,<br />
não pode deixar de participar do esforço do caminho do outro.<br />
"Quando, há dez anos, encontramos a comunidade e o Movimento, éramos<br />
uma família fazia, mesmo que aparentemente não nos faltasse nada. Tínhamos um<br />
filho na época. A falta de sentido nos havia levado ao isolamento: estávamos cedendo<br />
à angústia da solidão. Aquele encontro surpreendente, inesperado, reacendeu o gosto<br />
pela vida, doando-nos uma energia e uma vitalidade que nunca havíamos experimentado<br />
antes. Sentirmo-nos acolhidos sem pretensões pela companhia das <strong>Família</strong>s para<br />
a Acolhida nos pareceu ser o que deveríamos transmitir a outras pessoas, para que<br />
recuperassem um sentido para sua vida. Nossa casa se abriu às necessidades: primeiro<br />
veio Mário, um garotinho, que ficou conosco alguns meses, depois três irmãozinhos,