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6<br />
vess<strong>em</strong> associados foss<strong>em</strong> duvidosos ou,<br />
mesmo, inexistentes. Assim foram datadas várias<br />
estruturas negativas, que serviram de lixeiras,<br />
tendo as amostras datadas consistido invariavelmente<br />
<strong>em</strong> ossos de mamíferos que fariam parte<br />
da dieta alimentar das populações que deram orig<strong>em</strong><br />
a essas lixeiras. Deste modo, foram amostrados<br />
e datados con<strong>texto</strong>s pós-romanos da casa<br />
de Cantaber, da casa do mediano absidado, do<br />
anfiteatro e de sectores associáveis à muralha<br />
tardia (De Man e Soares 2006-2007; De Man<br />
2006-2007), seguindo-se, agora, os con<strong>texto</strong>s de<br />
tipo funerário associados à denominada basílica<br />
paleocristã de Conímbriga. Deste último sector<br />
foram processadas cinco amostras de ossos<br />
humanos de enterramentos b<strong>em</strong> individualizados,<br />
cuja proveniência precisa se encontra indicada<br />
no Quadro 1.<br />
2.1. Parte experimental<br />
Tal como é habitual no laboratório de radiocarbono<br />
do ITN, a descontaminação das amostras<br />
de ossos é realizada, essencialmente, através<br />
da extracção do colagéneo (e da sua recuperação<br />
como gelatina – método de Longin), após a qual se procede à sua transformação <strong>em</strong><br />
benzeno e à medição do seu teor <strong>em</strong> radiocarbono fazendo uso da espectrometria de cintilação<br />
líquida. Toda esta metodologia encontra-se descrita <strong>em</strong> Soares (2005). Os dados<br />
provenientes dos vários ciclos de contag<strong>em</strong> no espectrómetro de cintilação líquida<br />
foram analisados estatisticamente e, uma vez validados, procedeu-se <strong>ao</strong> cálculo das<br />
datas convencionais de radiocarbono, seguindo as recomendações de Stuiver e Polach<br />
(1977).<br />
2.2. As datas convencionais de radiocarbono obtidas e a sua calibração<br />
As datas convencionais de radiocarbono obtidas encontram-se indicadas no Quadro<br />
1. A sua calibração, isto é, a sua conversão <strong>em</strong> datas do calendário solar, foi efectuada<br />
fazendo uso do programa CALIB Rev 5.0.1 (Stuiver e Reimer, 1993) e da curva de calibração<br />
IntCal04 (Reimer et al., 2004). As datas calibradas encontram-se também no<br />
Quadro 1, cada uma delas representada pelos intervalos de t<strong>em</strong>po correspondentes a<br />
uma probabilidade de 98% (2 σ). O intervalo de maior probabilidade encontra-se assinalado<br />
a negrito (Quadro 1).<br />
Da análise dos resultados obtidos ressalta que um dos enterramentos datados – UE<br />
119 (T. 13) – é relativamente moderno, provavelmente do século XIX ou, mesmo, do<br />
século XX. Trata-se, como é evidente, de um con<strong>texto</strong> funerário que nada t<strong>em</strong> a ver com<br />
os restantes, muito provavelmente associados <strong>ao</strong> espaço de culto <strong>em</strong> causa.<br />
As distribuições de probabilidade das restantes quatro datas calibradas encontram-<br />
-se representadas graficamente na Fig. 1.<br />
O conjunto destas quatro datas aponta claramente <strong>para</strong> con<strong>texto</strong>s dos séculos XI e<br />
XII, <strong>em</strong>bora a do enterramento T. 14 (Sac-2212) permita recuar até <strong>ao</strong> século X o uso<br />
Quadro 1 – Datas de radiocarbono sobre ossos humanos da «basílica paleocristã» de Conímbriga (C BAS 06)<br />
Ref. Do Ref. da δ13C Data convencional Data calibrada*<br />
Laboratório amostra (‰) (anos BP) (cal AD) (2 σ)<br />
Sector C<br />
Sac-2213<br />
UE 165<br />
-20,40 890±50 1027-1226; 1232-1240; 1248-1251<br />
Sac-2211 «Mini Milho» -17,74 930±45 1022-1192; 1196-1207<br />
Sector B<br />
Sac-2209<br />
UE 108 (N.º 1)<br />
-19,29 960±40 996-1006; 1012-1166<br />
Sector C<br />
Sac-2212 T. 14 -18,66 1030±40 895-924; 938-1047; 1088-1122; 1138-1150<br />
Sector C<br />
Sac-2210<br />
UE 119 (T. 13)<br />
-19,84 80±35 1684-1734; 1806-1929<br />
* Os intervalos de maior probabilidade encontram-se assinalados a negrito.