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APOSTILA - O sol da Igreja - Maria Mãe da Igreja

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eclamam ou exigem uma ver<strong>da</strong>deira cura. Elas mesmas representam uma ruptura semelhante<br />

à do exílio de Avinhão.<br />

A situação de uma tão níti<strong>da</strong> ruptura numa expressão <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong>, que está bem<br />

longe de ser sem importância (outrora, a ausência dos papas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Roma; hoje, a<br />

ruptura visível entre a liturgia de antes e de depois do Concílio), e, por conseguinte, esta<br />

situação exige cura.<br />

Eis porque se tem hoje necessi<strong>da</strong>de de novos santos, de uma ou de mais Santas Catarinas<br />

de Sena (2). Tem-se necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> “Vox populi fidelis” (voz do povo fiel) a reclamar a supressão<br />

ou desaparecimento desta ruptura litúrgica. Mas o trágico <strong>da</strong> história é que hoje, como outrora,<br />

no tempo do exílio de Avinhão, uma grande maioria do clero, sobretudo do alto clero, se satisfaz<br />

com este exílio, com esta ruptura. Antes que se possam esperar frutos eficazes e duradoiros <strong>da</strong><br />

nova evangelização, é necessário primeiro que se instaure no interior <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> um processo de<br />

ver<strong>da</strong>deira conversão. Como poderemos nós chamar ou convi<strong>da</strong>r os outros a converter-se<br />

enquanto entre aqueles que fazem este mesmo convite se não realizou ain<strong>da</strong> nenhuma conversão<br />

convincente para Deus, porque, na liturgia, eles mesmos se não viraram suficientemente para<br />

Deus, tanto interior como exteriormente? Celebra-se o Santo Sacrifício de Cristo, o maior<br />

mistério <strong>da</strong> fé, o acto de adoração mais sublime, num círculo fechado, olhando-se uns para os<br />

outros.<br />

(2) Santa Catarina de Sena foi célebre nas suas famosas e bem determinantes cartas envia<strong>da</strong>s ao Papa, nesse tempo a<br />

viver em Avinhão e não em Roma, declarando-lhe o seu indiscutível dever de viver em Roma e não em Avinhão. Graças a<br />

Deus, a biblioteca desta nossa Fraterni<strong>da</strong>de tem a oportuni<strong>da</strong>de de possuir e conhecer muito bem estas famosas cartas e<br />

variados escritos espirituais de S. Catarina de Sena. (n.d.t.p.)<br />

A CONVERSÃO PARA DEUS “CONVERSIO AD DOMINUM”<br />

Falta a “Conversio ad Dominum” necessária, mesmo exteriormente, fisicamente. Uma vez<br />

que durante a liturgia se trata Cristo como se não fosse Deus, e que se lhe não manifestam sinais<br />

exteriores claros de uma adoração devi<strong>da</strong> só a Deus, pelo facto de os fiéis receberem a Sagra<strong>da</strong><br />

Comunhão de pé e, mais ain<strong>da</strong>, tomarem a Hóstia Consagra<strong>da</strong> nas suas mãos, como se tratasse<br />

de um ordinário alimento, agarrando-o com os dedos e metendo-o eles mesmos na boca. Há<br />

nisto o perigo de uma espécie de arianismo ou de um semiarianismo eucarístico. Uma <strong>da</strong>s<br />

condições necessárias de uma frutuosa nova evangelização seria o testemunho seguido por to<strong>da</strong><br />

a <strong>Igreja</strong> no plano de culto litúrgico público, que observasse pelo menos estes dois aspectos de<br />

culto divino, isto é:<br />

1 – Que em to<strong>da</strong> a terra, a Santa Missa fosse celebra<strong>da</strong> mesmo na forma ordinária, com a<br />

“Conversio ad Dominum” interiormente e também de um modo necessário exteriormente.<br />

Virados para Deus e não para o povo (versus Deum e não versus populum).<br />

2 - E que os fiéis dobrassem o joelho diante de Cristo, no momento <strong>da</strong> Sagra<strong>da</strong> Comunhão,<br />

como o próprio São Paulo o pede, ao invocar o Nome e a Pessoa de Cristo (Fil. 2, 10); e que os<br />

mesmos fiéis O recebessem com o maior amor e o maior respeito possível, como aliás Lhe<br />

convém, como ver<strong>da</strong>deiro Deus que é. Deus seja louvado pelo Papa Bento XVI, que encetou ou<br />

iniciou, com duas medi<strong>da</strong>s concretas, o processo do regresso do exílio avinhonês litúrgico (exílio<br />

litúrgico de Avinhão), isto é, pelo motu próprio Summorum Pontificum e pela reintrodução do<br />

rito <strong>da</strong> comunhão tradicional (de joelhos e na boca).<br />

Há ain<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de muitas orações e talvez de uma nova Catarina de Sena, a fim de<br />

que se realizem todos os outros passos, de forma a curar as cinco chagas do Corpo Litúrgico e<br />

Místico <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> e que Deus seja venerado na liturgia com esse amor, com esse respeito, com<br />

esse sentido do sublime, que foram sempre as características <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> e do seu Ensinamento,<br />

notavelmente através do Concílio de Trento, do Papa Pio XII, na sua encíclica Mediator Dei, do<br />

Concílio Vaticano II, na sua constituição Sacrosanctum Concilium e do Papa Bento XVI, na sua<br />

teologia <strong>da</strong> Liturgia, no seu magistério litúrgico prático e no motu próprio já citado.<br />

Ninguém poderá evangelizar, se não tiver primeiro adorado, e mesmo se não adorar<br />

permanentemente e não der a Deus, a Cristo Eucaristia, a ver<strong>da</strong>deira priori<strong>da</strong>de, na forma de<br />

celebrar e em to<strong>da</strong> a sua vi<strong>da</strong>. Com efeito, para retomar as palavras do próprio Cardeal Joseph<br />

Ratzinger: “É na forma de tratar a liturgia que se decide a sorte ou destino <strong>da</strong> fé e <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong>.”<br />

Mons. Athanasius SCHNEIDER<br />

(15 de janeiro de 2012 - em “L’Homme Nouveau”, n° 1511 de 11.2.2012)<br />

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