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APOSTILA - O sol da Igreja - Maria Mãe da Igreja

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faz uso no momento em que se partilha uma refeição. Estamos, pois, na presença de um círculo<br />

fechado. Ora, esta forma, não está de modo algum conforme com o momento <strong>da</strong> oração, e muito<br />

menos ain<strong>da</strong> com o <strong>da</strong> adoração. Esta forma, de modo algum foi sequer sonha<strong>da</strong> ou deseja<strong>da</strong> e<br />

jamais foi recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo magistério dos Papas postconciliares. O Papa Bento XVI escreve,<br />

no seu prefácio ao primeiro tomo <strong>da</strong>s suas obras completas:<br />

“A idéia de que o sacerdote e a assembléia devem estar a olhar-se no momento <strong>da</strong> oração<br />

nasceu entre os modernos e é ab<strong>sol</strong>utamente estranha à cristan<strong>da</strong>de tradicional. O sacerdote e a<br />

assembléia não se dirigem mutuamente uma oração, mas é ao Senhor que ambos se dirigem, eis<br />

porque, na oração, eles mesmos devem olhar na mesma direcção: ou para o Oriente, como sendo<br />

esta direção o símbolo cósmico do regresso do Senhor, ou então, onde isto não seja possível, para<br />

uma imagem de Cristo situa<strong>da</strong> na ábside, para uma cruz ou muito simplesmente para o alto.”<br />

VIRADOS PARA O SENHOR<br />

A forma <strong>da</strong> celebração em que todos dirigem o seu olhar para a mesma direcção (conversi<br />

ad orientem, ad Crucem, ad Dominum – virados para o Oriente, para a Cruz, para o Senhor) é<br />

até mesmo evoca<strong>da</strong> pelas rubricas do novo rito <strong>da</strong> Missa (cf. Ordo Missae, n. 25, nn 133 e 134). A<br />

celebração que se chama “versus populum” (virado para o povo) não corresponde evidentemente<br />

à idéia <strong>da</strong> santa liturgia, tal como ela é menciona<strong>da</strong> nas declarações do documento do Vaticano<br />

II (Sacrosanctum Concilium n. 2 e 8).<br />

2 – A segun<strong>da</strong> chaga é a comunhão na mão, espalha<strong>da</strong> praticamente em to<strong>da</strong> a<br />

parte, no mundo.<br />

A segun<strong>da</strong> chaga é a comunhão na mão, espalha<strong>da</strong> praticamente em to<strong>da</strong> a parte, no<br />

mundo. Não só esta forma de receber a comunhão não foi evoca<strong>da</strong> ou cita<strong>da</strong> de modo algum<br />

pelos Padres conciliares do Vaticano II, mas também é tristemente introduzi<strong>da</strong> por um certo<br />

número de bispos em claríssima desobediência à Santa Sé, e no desprezo do voto negativo, em<br />

1968, <strong>da</strong> maioria do corpo episcopal (1). Só depois o Papa Paulo VI a legitimou sob condições<br />

particulares, e bem contra a sua própria vontade.<br />

O Papa Bento XVI, depois <strong>da</strong> festa do Santíssimo Sacramento de 2008, não mais distribuiu<br />

a Comunhão senão a fiéis de joelhos e na língua, exigindo sempre a chama<strong>da</strong> “mesa <strong>da</strong><br />

comunhão”, e não apenas em Roma, mas também em to<strong>da</strong>s as igrejas locais que visita. Com esta<br />

atitude, ele mesmo dá a to<strong>da</strong> a <strong>Igreja</strong>, um claro exemplo do magistério prático em matéria<br />

litúrgica. Se a maioria qualifica<strong>da</strong> do corpo episcopal, três anos depois do Concílio, rejeitou ou<br />

recusou a Comunhão na mão, como algo de nocivo ou prejudicial, quanto mais os Padres<br />

conciliares o teriam igualmente feito!<br />

(1) – Em Portugal, e soubemo-lo directamente do próprio Arcebispo Primaz, D. Francisco <strong>Maria</strong> <strong>da</strong> Silva,<br />

infelizmente, esta determinação veio de uma simples votação feita pela própria Conferência Episcopal reuni<strong>da</strong> em Fátima.<br />

Venceu a maioria, mas o próprio Arcebispo de Braga de então exigiu que na Acta <strong>da</strong> reunião se declarasse: “O Arcebispo<br />

de Braga não assina esta decisão.” Ain<strong>da</strong> hoje recor<strong>da</strong>mos o próprio lugar do Santuário do Sameiro em que o Sr. D.<br />

Francisco <strong>Maria</strong> <strong>da</strong> Silva no-lo declarou pessoalmente, ao dizer-nos qual a sua opinião sobre a Comunhão na mão. E<br />

reconhecemos aliás que, já nesse tempo, a opinião do Arcebispo de Braga, D. Francisco <strong>Maria</strong> <strong>da</strong> Silva, estava plenamente<br />

de acordo com a decisão do Papa de hoje, Bento XVI.<br />

3 – A terceira Chaga são as novas orações do Ofertório.<br />

Elas são uma criação inteiramente nova e jamais foram usa<strong>da</strong>s na <strong>Igreja</strong>. Estas orações<br />

exprimem muito menos a evocação do mistério do Sacrifício <strong>da</strong> Cruz, que a de um banquete,<br />

que lembra as orações <strong>da</strong> refeição sabática dos Judeus. Na tradição mais que milenária <strong>da</strong><br />

<strong>Igreja</strong>, tanto do Oriente como do Ocidente, as orações do Ofertório tem sempre sido orienta<strong>da</strong>s<br />

expressamente no sentido do mistério do Sacrifício <strong>da</strong> Cruz (cf. p. ex. Paul Tirot, História <strong>da</strong>s<br />

orações do ofertório, na liturgia romana, do século VII ao século XVI, Roma, C.L.V., 1985).<br />

Uma tal criação ab<strong>sol</strong>utamente nova está sem dúvi<strong>da</strong> alguma em contradição com a<br />

formulação bem clara do Vaticano II que lembra: “Finalmente, não se introduzam inovações, a<br />

não ser que uma utili<strong>da</strong>de autêntica e certa <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> o exija, e com a preocupação de que as novas<br />

formas como que surjam a partir <strong>da</strong>s já existentes” (Sacrosanctum Concilium, n. 23).<br />

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