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APOSTILA - O sol da Igreja - Maria Mãe da Igreja

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joelhos ante a majestade <strong>da</strong> presença de Deus em humilde adoração, era um hábito de reverência que<br />

Israel apresentava constantemente perante o Senhor. É dito no primeiro livro dos Reis, “Quando<br />

Salomão acabou de fazer ao Senhor esta prece e esta súplica, levantou-se de diante do Altar do<br />

Senhor, onde estava ajoelhado com as mãos levanta<strong>da</strong>s para o céu. De pé, abençoou to<strong>da</strong> a<br />

assembléia de Israel” (1 Reis 8, 54-55). A posição de súplica do Rei é clara: Ele estava de joelhos<br />

diante do altar.<br />

A mesma tradição é também visível no Novo Testamento onde vemos Pedro cair de joelhos<br />

ante a Jesus (cf. Lc 5, 8), quando Jairo pediu a Ele que curasse sua filha (Lc 8, 41); quando o<br />

Samaritano retornou para agradecer a Jesus e quando <strong>Maria</strong>, a irmã de Lázaro, pediu-Lhe pela vi<strong>da</strong> de<br />

seu irmão (Jo 11,32). A mesma atitude de prostração diante <strong>da</strong> revelação <strong>da</strong> divina presença é<br />

amplamente conheci<strong>da</strong> no Livro do Apocalipse (Apoc. 5, 8, 14 e 19, 4).<br />

Intimamente relaciona<strong>da</strong> a esta tradição era a convicção de que o Templo Sagrado de Jerusalém<br />

era o lugar <strong>da</strong> mora<strong>da</strong> de Deus e, portanto, no templo era necessária a preparação <strong>da</strong> própria<br />

disposição por meio de expressão corporal; um profundo sentido de humil<strong>da</strong>de e reverência na<br />

presença do Senhor.<br />

Mesmo na <strong>Igreja</strong>, a profun<strong>da</strong> convicção de que nas espécies Eucarísticas o Senhor está<br />

ver<strong>da</strong>deiramente e realmente presente, juntamente com a crescente prática de preservar o Santíssimo<br />

Sacramento em tabernáculos, contribuiu para a prática de ajoelhar-se numa atitude de humilde<br />

adoração do Senhor na Eucaristia.<br />

[...] .. fé na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas já pertencia a essência <strong>da</strong> fé <strong>da</strong><br />

<strong>Igreja</strong> Católica e era uma parte intrínseca do Catolicismo. Estava claro que não podíamos edificar a<br />

<strong>Igreja</strong> se esta fé fosse minimamente afeta<strong>da</strong>.<br />

Portanto, a Eucaristia, pão transubstanciado em Corpo de Cristo e o vinho em Sangue de Cristo,<br />

Deus entre nós, é para ser acolhido com deslumbramento, reverência e uma imensa atitude de humilde<br />

adoração. O Papa Bento XVI esclarece que “receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de<br />

adoração d'Aquele que comungamos. (...)somente na adoração pode maturar um acolhimento<br />

profundo e ver<strong>da</strong>deiro."(Sacramentum Caritatis 66).<br />

Seguindo essa tradição, fica claro que se tornou coerente e indispensável tomar ações e atitudes<br />

de corpo e espírito que facilitem [entrar em] o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa<br />

miséria face à grandeza e à santi<strong>da</strong>de infinitas Daquele que vem ao nosso encontro sob as espécies<br />

Eucarísticas. A melhor forma de expressar nosso senso de reverência para com o Senhor na Missa é<br />

seguir o exemplo de Pedro, quem, como nos diz o Evangelho, atirou-se de joelhos ante o Senhor e<br />

disse, ”Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.” (Lc 5, 8)<br />

Atualmente podemos observar que em algumas igrejas essa prática está decrescendo e aqueles<br />

responsáveis além de exigirem que os fiéis devam receber a Santíssima Eucaristia de pé, ain<strong>da</strong><br />

eliminam todos os genuflexórios, forçando os fiéis a se sentarem ou permanecerem de pé, mesmo<br />

durante a elevação e adoração <strong>da</strong>s [Sagra<strong>da</strong>s] Espécies. É irônico que tais medi<strong>da</strong>s tenham sido<br />

toma<strong>da</strong>s em [algumas] dioceses por aqueles que são os responsáveis pela liturgia, ou em igrejas, por<br />

pastores, sem sequer fazerem uma mínima consulta aos fiéis, a despeito de hoje em dia, muito mais do<br />

que antes, haver um ambiente desejoso de democracia na <strong>Igreja</strong>.<br />

Ao mesmo tempo, acerca <strong>da</strong> comunhão nas mãos, deve-se reconhecer que a prática foi<br />

impropriamente e rapi<strong>da</strong>mente introduzi<strong>da</strong> em algumas dioceses <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> logo após o Concílio,<br />

mu<strong>da</strong>ndo aquela antiqüíssima prática, tornando-a uma prática regular em to<strong>da</strong> a <strong>Igreja</strong>. Algumas<br />

dioceses justificaram a mu<strong>da</strong>nça dizendo que ela melhor reflete o Evangelho ou a antiga prática <strong>da</strong><br />

<strong>Igreja</strong>... Outras, para justificar essa prática, referem-se às palavras de Jesus: “Tomai e comei.” (Mc<br />

14, 22; Mt 26, 26).<br />

Quaisquer que sejam as razões para esta prática, não podemos ignorar o que está acontecendo<br />

no mundo inteiro onde a mesma tem sido implanta<strong>da</strong>. Esse gesto tem contribuído para um gradual<br />

enfraquecimento <strong>da</strong> atitude de reverência para com as sagra<strong>da</strong>s espécies Eucarísticas, enquanto que na<br />

prática anterior salvaguar<strong>da</strong>va-se melhor o sentido de reverência. Naquela, ao invés, surgiu uma<br />

alarmante ausência de recolhimento e um espírito geral de descaso. Presenciamos pessoas que<br />

comungam e com freqüência retornam para os seus assentos como se na<strong>da</strong> de extraordinário tivesse<br />

acontecido... Em muitos casos, não se pode discernir aquele sentido de serie<strong>da</strong>de e de silêncio interior<br />

que deve ser o sinal <strong>da</strong> presença de Cristo na alma.<br />

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