978-85-397-0312-8

Por isso, pensamos que, primeiramente
de modo essencial, antes de a
comunicação ser um modo de transmitir
uma mensagem, ela é uma ação de busca
de interações. Por isso não se trata de
resposta discriminatória a um estímulo,
mas de encontros que produzem um
efeito de resposta, que é o
estabelecimento de uma geografia
comum, para que nela se opere o devir
de cada um. Portanto a comunicação é
um encontro, a busca do encontro com
o outro para o vir a ser de cada um dos
comunicantes.
Além do aspecto relacional, é preciso atentar-se também
para a natureza simbólica e representacional da comunicação. Não
há como falar em comunicação humana sem considerar o valor das
representações para a construção e compreensão das mensagens
partilhadas na busca pelo encontro com o outro. Ela só ocorre de fato
quando a mensagem, além de ser recebida, é interpretada e
entendida pelos interlocutores. Na percepção do mundo, de cada
coisa que existe e acontece nele, o sujeito gera representações e,
reciprocamente, as representações dão significado ao mundo ao seu
redor. Tudo o que se ouve e o que se vê só adquire certo sentido
para os indivíduos e grupos sociais quando lhe são atribuídos os
significados oriundos das representações que estes constroem em
seu interior.
Especificamente quando se trata do conceito de
representação social, ela é vista não apenas como um reflexo
interno de uma realidade externa, mas sim como um processo de
construção psicossociológica da realidade, no qual o interior e o
exterior do indivíduo são tomados como um único universo. Nesta
concepção, portanto, “Os indivíduos não se limitam a receber e
processar informação, são também construtores de significados e
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