978-85-397-0312-8

pretendeu captar qual a percepção que o funcionário fazia sobre si
mesmo e o mundo Fiat, como a própria Organização se
autodenomina.
A fim de manter a coerência com o método
fenomenológico, os participantes eram estimulados a relatar suas
vivências no chamado mundo Fiat, uma vez que, conforme Van
der Leeuw (2009, p.181), “[...] o homem só pode ser positivo se
ele se desloca das coisas tais como lhe são dadas, caóticas e
disformes, e lhes dá uma forma e um sentido”.
Em seguida, foram realizados os grupos de discussão. A
escolha por essa técnica de pesquisa baseou-se na premissa de que
a reunião de um grupo possibilita uma interação diferenciada entre
pesquisador e entrevistados, uma vez que seu objetivo é “[...]
estimular os participantes a falar e a reagir àquilo que outras
pessoas no grupo dizem” (GASKELL, 2008, p.75) e, em sua
dinâmica, o grupo acaba se tornando uma entidade, pois seu
processo contribui para que se estabeleça uma identidade
compartilhada.
Para a pesquisa, foi planejada a realização de oito grupos
de discussão. Todavia, em função de a Fiat ter parado a sua
produção184 e em função da baixa adesão dos convidados à
dinâmica (o que, por si só, representou um importante dado de
pesquisa), a constituição final dos grupos abarcou: dois grupos de
discussão, sendo: um de empregados da área comercial, com nove
participantes; um da área industrial, com 11 participantes; dois
minigrupos de discussão, sendo: um de empregados da
engenharia, com cinco participantes; um de empregados com
cargo de liderança da produção industrial, com seis participantes;
duas entrevistas em profundidade em duplas, com empregados do
administrativo e com empregados com cargo de liderança do
184 Parar a produção significa o fechamento da fábrica e, consequentemente, a
inacessibilidade às suas dependências. No decorrer desta pesquisa, a Fiat
interrompeu sua produção por duas vezes: de 5 a 7 e de 16 a 19 de setembro
de 2011.
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