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macunaíma: entre a carnavalização eo fantástico - Cielli

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Universidade Estadual de Maringá – UEM<br />

Maringá-PR, 9, 10 e 11 de junho de 2010 – ANAIS - ISSN 2177-6350<br />

_________________________________________________________________________________________________________<br />

destroem as nações e as culturas nacionais, o herói se vende às máquinas, frustrando a<br />

tentativa de estabelecer uma cultura nacional, afinal, a urbanização e a industrialização<br />

denigrem a zona rural.<br />

Através do elemento <strong>fantástico</strong> pedra muiraquitã, que é um amuleto folclórico, os<br />

autores representam a esperança do povo brasileiro na conquista de uma cultura<br />

nacional, a freqüente busca da pedra significa a necessidade da conquista da pureza<br />

perdida, ou, a busca da identidade nacional. A muiraquitã representa para Macunaíma a<br />

lembrança de Ci, ou seja, do seu Império, a floresta, a tradição que foi roubada por um<br />

estrangeiro, sendo assim, compreende-se que para o Brasil ter um desenvolvimento<br />

próprio vai parar nas mãos do estrangeiro, que representa o roubo do desenvolvimento<br />

independente do Brasil, ou como a dominação estrangeira na industrialização dos<br />

centros urbanos, representa assim um empecilho ao desenvolvimento do nosso país.<br />

A obra Macunaíma apresenta em seu enredo, através de seus personagens e<br />

elementos diversos mágicos e <strong>fantástico</strong>s a pr<strong>eo</strong>cupação na valorização de uma cultura<br />

nacional, do nosso povo e quer que nós também possamos valorizá-lo, não deixando<br />

que nossa cultura seja massacrada por outra, podendo chegar assim, na condição de<br />

civilização.<br />

Através desta rapsódia é retratada a realidade vivida pela sociedade brasileira no<br />

começo deste século, quando Macunaíma vai para São Paulo e entra em contato com<br />

outra cultura absorvendo-a de maneira feroz, perde assim sua brasilidade, e quando<br />

acontece o afastamento das raízes, uma cultura morre. Esta decadência da cultura ocorre<br />

no ápice da industrialização, nesta fase não há mais lugar para o mítico, para o lúdico.<br />

Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, vem mostrar que o Brasil já possui uma<br />

cultura própria, riquíssima, mas que se deixou enfeitiçar pelas maravilhas que a Europa<br />

proporcionou, e assim, nossa cultura morre. O próprio índio Macunaíma que iria criar a<br />

civilização brasileira, não resistiu e morreu sozinho e inútil.<br />

Referências

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