macunaíma: entre a carnavalização eo fantástico - Cielli
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Universidade Estadual de Maringá – UEM<br />
Maringá-PR, 9, 10 e 11 de junho de 2010 – ANAIS - ISSN 2177-6350<br />
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cultural nacional que valorizasse nossas origens, raças, crenças e lendas, possibilitando<br />
o diálogo <strong>entre</strong> os vários povos evidenciados nas obras e suas culturas, na perspectiva<br />
de fundar uma literatura independente dos modelos estrangeiros, tidos como ideais e<br />
perfeitos, conforme observa-se a seguir,<br />
A linguagem mesma do romance é sincrética, <strong>entre</strong>meando palavras<br />
africanas, indígenas e portuguesas, é um discurso imaginado que<br />
carrega , por assim dizer, os genes lingüísticos de todos os imigrantes<br />
indígenas, africanos e europeus do Brasil (STAM, 2008, p. 416).<br />
Neste sentido, os autores ressaltam as origens, raças, crenças e lendas brasileiras<br />
estabelecendo um diálogo <strong>entre</strong> os vários povos e suas culturas, na busca pela criação de<br />
uma literatura que fosse independente dos modelos internacionais, tidos como ideais e<br />
perfeitos.<br />
1. O Realismo Mágico e os Elementos do Fantástico<br />
Segundo Stam, “os modernismos latino-americanos evocados por termos como<br />
“antropofagia” e “realismo mágico”, neste sentido, trabalham a magia a partir de<br />
materiais fornecidos pelo “real” da história e da vida quotidiana, reconfigurando, assim,<br />
toda a questão do realismo” (STAM, 2008, p. 395), é exatamente isso que Mário de<br />
Andrade e Joaquim Pedro de Andrade fazem na obra literária e fílmica Macunaíma, ao<br />
buscar representar a realidade de forma alegórica, utilizando-se de forma genial de<br />
diversos elementos folclóricos do povo brasileiro, além de seus costumes, crendices,<br />
raças, lendas e de outros aspectos de nossa cultura, como o candomblé, o samba e<br />
outros, apresentando-os através do realismo mágico que manifesta o realismo<br />
maravilhoso, a antropofagia, a <strong>carnavalização</strong> de acontecimentos improváveis e<br />
mágicos, ou mesmo da sátira para criticar a sociedade naquele momento de repressão<br />
militar, de crise e indefinição política, econômica, social e cultural daquele momento de<br />
transição e definição da sociedade brasileira.<br />
Portanto, o realismo mágico e <strong>fantástico</strong> presente na obra literária e fílmica<br />
Macunaíma são evidenciados através das atitudes, da linguagem do protagonista e no<br />
desfecho do enredo, e, pode ser definido de diferentes formas, mas sempre se utilizando