macunaíma: entre a carnavalização eo fantástico - Cielli

Universidade Estadual de Maringá – UEM
Maringá-PR, 9, 10 e 11 de junho de 2010 – ANAIS - ISSN 2177-6350
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intercâmbio cultural entre a América Latina e os grandes centros metropolitanos
impossibilitando o retorno cultural de forma pura e estática, afinal a presença do estrangeiro é
inevitável, portanto esta produção passa a ser miscigenada ao aceitar a influência internacional,
reciclando-a ou mesmo carnavalizando-a de forma satírica para o contexto nacional.
Quanto ao termo carnavalização, este é observado em inúmeros momentos na obra
fílmica, conforme os que seguem: Gênero textual rapsódia; Nascimento do
protagonista; Morte alegre; Inversões sexuais; Transformações mágicas; O ato de
defecar.
O próprio gênero textual rapsódia
remete a marcas da carnavalização, afinal
tanto o cenário como o personagem
Macunaíma apresentam diversas
manifestações culturais através das etnias,
lendas e mitos que constituiriam uma
unidade cultural brasileira.
Imagem 3: A mãe de Macunaíma no momento do nascimento.
O nascimento do protagonista irá “sinalizar a entrada no mundo carnavalizado da
comédia épica”, ou seja, o herói foi “defecado para a existência”, compreende-se o seu
nascimento como a representação da
imagem do carnaval brasileiro, evocando
o ridículo de forma satírica, pois há o
“contraste entre o velho que já está
próximo da morte e dá a luz ao novo, o
mundo carnavalizado é virado de cabeça
para baixo” (STAM, 2008, p. 425 – 428).
Imagem 4: Nascimento de Macunaíma.
O realismo carnavalesco, [...] vira a estética convencional de cabeça
para baixo para dar lugar a um novo tipo de beleza popular e
convulsiva, que ousa revelar o caráter grotesco dos poderosos e a
beleza latente do “vulgar” [...] o riso tem um profundo significado
filosófico; ele constitui uma perspectiva particular da experiência,