Clique aqui para realizar o download - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC
Clique aqui para realizar o download - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC
Clique aqui para realizar o download - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
cotidianas do saber, criam suas raízes que se estendem a campos<<strong>br</strong> />
longínquos.<<strong>br</strong> />
O desafio é perseguir fios que desestabilizem dogmas e imagens<<strong>br</strong> />
perpetradas por linguagens, que jamais são inocentes, e compor com<<strong>br</strong> />
eles uma espécie de constelação, colocando o jogo ficcional na tessitura<<strong>br</strong> />
e configuração do conhecimento. A abertura de sendas, cujos contornos<<strong>br</strong> />
podem derivar formas políticas, éticas e estéticas, apresenta-se como<<strong>br</strong> />
uma alternativa aos dogmatismos dicotômicos que estabelecem os<<strong>br</strong> />
lugares e os tipos de verdade que cabem nesses lugares.<<strong>br</strong> />
No caráter tensional de toda linguagem, rearticulam-se os<<strong>br</strong> />
espaços políticos de ressignificação e reinvenção das trilhas do<<strong>br</strong> />
conhecimento, que se reconhece perspectivo e estilhaçado. Assim,<<strong>br</strong> />
enfoques que reorientem o olhar <strong>para</strong> a implosão de constructos<<strong>br</strong> />
estigmatizados a respeito da diferença alçam vôos que desaprisionam<<strong>br</strong> />
sentidos, lançando-os de volta ao seu lugar de constante deslizamento<<strong>br</strong> />
na cadeia de significantes. Vôos cujos limites são imprecisos e incertos<<strong>br</strong> />
frente a questões que não cessam e se fecham <strong>para</strong> uma resposta.<<strong>br</strong> />
Benjamin nos diz que a história é dos vencedores. Por meio de<<strong>br</strong> />
uma sintaxe que quer controlar o incontrolável - a força da linguagem -<<strong>br</strong> />
há uma tentativa de apagamento da polifonia das vozes. No entanto, a<<strong>br</strong> />
riqueza caleidoscópica das matizes proporcionadas pelo que não é<<strong>br</strong> />
ordenado previamente, mas se articula ao acaso, no seu movimento,<<strong>br</strong> />
orienta <strong>para</strong> ver e desorienta as forma fixas incrustadas por modelos.<<strong>br</strong> />
Faz-se necessário o ato crítico da desconstrução do pensar e do<<strong>br</strong> />
agir por meio de imagens produzidas em uma cultura reificada e<<strong>br</strong> />
tomada como exterior ao sujeito. A forma como olhamos e somos<<strong>br</strong> />
olhados exige a leitura dos rastros do desejo nas traduções culturais<<strong>br</strong> />
que circulam. O campo da linguagem estabelece as relações entre<<strong>br</strong> />
sujeitos e cria os contornos narrativos nas performances cotidianas, que<<strong>br</strong> />
revelam uma realidade esburacada e cujos sentidos são tênues,<<strong>br</strong> />
inventados nas tramas pulsionais. E dentro desses cenários montados<<strong>br</strong> />
2