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suas formas destotalizadas e desconstruídas. As identidades, então, são<<strong>br</strong> />
posições que o sujeito assume, embora se constituam em<<strong>br</strong> />
representações construídas em torno de uma falta, a partir do lugar do<<strong>br</strong> />
outro:<<strong>br</strong> />
As identidades parecem invocar uma origem que residiria<<strong>br</strong> />
em um passado histórico com o qual elas continuariam a<<strong>br</strong> />
manter uma certa correspondência. Elas têm a ver,<<strong>br</strong> />
entretanto, com a questão da utilização dos recursos da<<strong>br</strong> />
história, da linguagem e da cultura <strong>para</strong> a produção não<<strong>br</strong> />
d<strong>aqui</strong>lo que nós somos, mas d<strong>aqui</strong>lo no qual nos<<strong>br</strong> />
tornamos. Têm a ver não tanto com as questões “quem<<strong>br</strong> />
somos nós” ou “de onde nós viemos”, mas muito mais<<strong>br</strong> />
com as questões “quem nós podemos nos tornar”, “como<<strong>br</strong> />
nós temos sido representados” e “como essa<<strong>br</strong> />
representação afeta a forma como nós podemos<<strong>br</strong> />
representar a nós próprios”. [...] Elas surgem da<<strong>br</strong> />
narrativização do eu, mas na natureza necessariamente<<strong>br</strong> />
ficcional desse processo não diminui, de forma alguma,<<strong>br</strong> />
sua eficácia discursiva, material ou política, mesmo que a<<strong>br</strong> />
sensação de pertencimento, ou seja, a “suturação à<<strong>br</strong> />
história” por meio da qual as identidades surgem, esteja,<<strong>br</strong> />
em parte, no imaginário (assim como no simbólico) e,<<strong>br</strong> />
portanto, sempre, em parte, construída na fantasia ou, ao<<strong>br</strong> />
menos, no interior de um campo fantasmático (Hall, 2000,<<strong>br</strong> />
p.108-109).<<strong>br</strong> />
Quem e o que podemos nos tornar pelo conjunto de<<strong>br</strong> />
representações de nós mesmos e dos outros, torna-se uma questão<<strong>br</strong> />
bastante complexa. De acordo com os tipos de representações, podem<<strong>br</strong> />
ser engendradas esteriotipias difíceis de abandonar.<<strong>br</strong> />
As construções identitárias se fazem no interior de contextos<<strong>br</strong> />
sociais, históricos e culturais, que determinam a posição dos agentes e,<<strong>br</strong> />
por isso mesmo, orientam suas representações e suas escolhas. Os<<strong>br</strong> />
contextos constituídos, politicamente, por relações assimétricas de<<strong>br</strong> />
poder são marcados por escolhas que refletem tensões grupais de<<strong>br</strong> />
ordem econômica, lingüística, cultural, social, etc. As identidades se<<strong>br</strong> />
elaboram em uma teia de relações oposicionais entre grupos que estão<<strong>br</strong> />
em contato. Não há identidade em si, ela existe sempre em relação a<<strong>br</strong> />
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