03.06.2013 Views

Clique aqui para realizar o download - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC

Clique aqui para realizar o download - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC

Clique aqui para realizar o download - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

estabelecem traços oposicionais, como formas de resistência contra os<<strong>br</strong> />

processos histórico-sociais de subjugação social.<<strong>br</strong> />

ALTERIDADES SURDAS EM ZONAS DE CONTATO<<strong>br</strong> />

Em um universo predominantemente regulado pelo som, o ouvir e<<strong>br</strong> />

o falar tornaram-se tão “essencializados” 2 que qualquer forma de<<strong>br</strong> />

manifestação lingüística e cultural não constituída por essas operações<<strong>br</strong> />

causa estranheza, sofre restrições e instaura processos de exclusão<<strong>br</strong> />

social. Para os surdos, essa situação se agrava em embates cotidianos<<strong>br</strong> />

contra as representações politicamente construídas em torno de suas<<strong>br</strong> />

diferenças.<<strong>br</strong> />

Tais representações se inscrevem em modelos clínicos cujos<<strong>br</strong> />

pressupostos e olhares centram-se na perspectiva do corpo danificado,<<strong>br</strong> />

confinando e circunscrevendo o indivíduo surdo a delimitadas esferas de<<strong>br</strong> />

ação e circulação social. Essas concepções, a<strong>br</strong>igadas sob o rótulo de<<strong>br</strong> />

verdades científicas, que operacionalizam categorias tradicionais acerca<<strong>br</strong> />

do que se concebe como normalidade ou patologia, já foram colocadas<<strong>br</strong> />

em crise tanto pelas ciências sociais quanto pela arte e a filosofia.<<strong>br</strong> />

Apesar disso, ainda é um grande desafio desfazer-se de estigmas que<<strong>br</strong> />

inscrevem e congelam a diferença surda no campo da deficiência e<<strong>br</strong> />

assumir posições de subjetividade que não estejam comprometidas com<<strong>br</strong> />

as representações fixas da alteridade.<<strong>br</strong> />

Os debates em torno das culturas surdas convergem com<<strong>br</strong> />

perspectivas teóricas que vem sendo assumidas em relação às<<strong>br</strong> />

alteridades. A revisão de categorias de identidade, diferença, exclusão<<strong>br</strong> />

2 Paula M. L. Moya (2000, p.80) explica o termo essencialismo: “em meu uso de<<strong>br</strong> />

‘essencialismo’, estou me referindo à noção que indivíduos ou grupos têm uma<<strong>br</strong> />

‘essência’ imutável e revelável – uma natureza, pré-social, invariável, básica. Como<<strong>br</strong> />

um conceito teórico, o essencialismo expressa-se através da tendência <strong>para</strong> ver uma<<strong>br</strong> />

categoria social ( classe, gênero, raça, sexualidade, etc.) como determinada, em<<strong>br</strong> />

última instância, pela identidade cultural do indivíduo ou grupo em questão”.<<strong>br</strong> />

(tradução da autora)<<strong>br</strong> />

11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!