Coletânea de Textos - Módulo I - Ministério da Educação
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Neste início <strong>de</strong> ano, os conhecimentos dos alunos sobre a escrita são os seguintes:<br />
• 3 alunos encontram-se em uma escrita alfabética, tendo apenas alguns problemas ortográficos;<br />
• 10 alunos encontram-se em uma hipótese <strong>de</strong> escrita silábica com valor sonoro;<br />
• 9 alunos encontram-se em uma hipótese <strong>de</strong> escrita silábica sem valor sonoro: usam qualquer letra para<br />
representar as sílabas;<br />
• 3 alunos em uma hipótese <strong>de</strong> escrita pré-silábica. Usam muitas letras, não conseguem ajustar a<br />
escrita com a leitura <strong>da</strong> palavra. Outras vezes colocam um número <strong>de</strong> letras que fica compatível com<br />
o tamanho do objeto, ou seja, escrevem com muitas letras palavras como "elefante" com poucas<br />
letras, "formiguinha", por exemplo.<br />
Para diagnosticar tais saberes, constantemente observamos a forma como a criança está pensando<br />
para escrever e ler. Para tanto, propomos a escrita <strong>de</strong> listas, como por exemplo <strong>de</strong> nomes<br />
próprios, dos amigos <strong>de</strong> preferência, <strong>de</strong> títulos <strong>de</strong> histórias conheci<strong>da</strong>s, ou mesmo uma lista <strong>de</strong><br />
doces para organizar uma festa.<br />
Várias situações como essas nos aju<strong>da</strong>m a conhecer mais <strong>de</strong> perto ca<strong>da</strong> criança. Periodicamente<br />
acompanhamos criança por criança para conhecer <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente sua forma <strong>de</strong> pensar a escrita<br />
e a leitura, para assim fazermos novos encaminhamentos à nossa prática pe<strong>da</strong>gógica e a partir<br />
<strong>da</strong>í organizarmos parcerias produtivas para o trabalho. Além <strong>da</strong>s situações como as cita<strong>da</strong>s,<br />
sempre trabalhamos com reescrita <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> memória, escrita <strong>de</strong> bilhetes, cruzadinhas com<br />
lista <strong>de</strong> palavras, or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> textos curtos, enfim, outras situações que também nos possibilitam<br />
conhecer a forma <strong>de</strong> pensar <strong>da</strong>s crianças.<br />
Esse grupo possui características bastante positivas: uma gran<strong>de</strong> intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a leitura <strong>de</strong><br />
livros e com situações varia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> escrita, o que gera, certamente, um gran<strong>de</strong> interesse por<br />
aquilo que estamos trabalhando e uma participação significativa para conquistar novos avanços.<br />
A heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> dos saberes é um fator favorável ao nosso trabalho. Em princípio tínhamos um<br />
pouco <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas com o <strong>de</strong>correr dos dias estamos apren<strong>de</strong>ndo a olhar mais um pouco<br />
para as diferenças <strong>de</strong> conhecimentos presentes em nossa sala e pensar no que elas po<strong>de</strong>m aju<strong>da</strong>r<br />
no processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> nossos alunos.<br />
Ain<strong>da</strong> que não saibam ler e escrever convencionalmente, aproveitamos para trabalhar com outras<br />
competências que muitas vezes superam nossas expectativas. Para exemplificar: às vezes pedimos<br />
a uma criança que ain<strong>da</strong> não sabe ler e escrever para ditar para outra uma história ou uma parlen<strong>da</strong>.<br />
Nesse momento observamos o quanto a criança que dita está atenta à forma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> do texto<br />
para possibilitar a compreensão do leitor. As diferenças também nos possibilitam <strong>de</strong>senvolver uma<br />
atitu<strong>de</strong> muito importante nas crianças: a autonomia.<br />
Na medi<strong>da</strong> em que há uma maior circulação <strong>de</strong> informações, a referência não fica centra<strong>da</strong> apenas<br />
na professora, mas em todos que fazem parte do grupo. E isso gera uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> respeito a<br />
to<strong>da</strong>s essas diferenças, pois os alunos começam a apren<strong>de</strong>r que po<strong>de</strong>m contribuir uns com os<br />
outros.Acreditamos que a interação é o eixo central <strong>de</strong> nosso trabalho.<br />
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