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Coletânea de Textos - Módulo I - Ministério da Educação

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Introdução<br />

Um senhor toma o ônibus <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> comprar o jornal e o pôs embaixo do braço.<br />

Meia hora mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sce com o mesmo jornal sob o mesmo braço.<br />

Mas já não é o mesmo jornal, agora é um monte <strong>de</strong> folhas impressas<br />

que o senhor abandona num banco <strong>de</strong> uma praça.<br />

Apenas fica só no banco, o monte <strong>de</strong> folhas se torna outra vez um jornal,<br />

até que um rapaz o vê, o lê, e o <strong>de</strong>ixa convertido em um monte <strong>de</strong> folhas impressas.<br />

Apenas fica só no banco, o monte <strong>de</strong> folhas se torna outra vez um jornal,<br />

até que uma velha o encontra, o lê e o <strong>de</strong>ixa convertido<br />

em um monte <strong>de</strong> folhas impressas.<br />

Depois o leva para sua casa e no caminho o usa para enrolar meio quilo <strong>de</strong> acelgas,<br />

que é para o que servem os jornais <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>stas excitantes metamorfoses.<br />

Júlio Cortázar<br />

(In Histórias <strong>de</strong> cronópios e <strong>de</strong> famas)<br />

Todo material tem o valor que lhe é conferido pelo uso que <strong>de</strong>le se faz. Um texto é apenas uma porção<br />

<strong>de</strong> letras impressas, até que o leitor se aproprie do que ele diz e, então, dê alma às letras fazendo-as texto<br />

<strong>de</strong> fato. De certa forma, apropriar-se do texto do outro é torná-lo seu, é fazê-lo próprio também.<br />

O objetivo <strong>de</strong>sta <strong>Coletânea</strong> <strong>de</strong> <strong>Textos</strong> é subsidiar todo professor cursista em sua trajetória <strong>de</strong><br />

formação, para que seja um alfabetizador ca<strong>da</strong> vez mais competente e semeie leitura e escrita<br />

pelas escolas <strong>de</strong>ste país. Os textos lidos pelo formador nos momentos <strong>de</strong> Leitura Compartilha<strong>da</strong>,<br />

os textos expositivos que aprofun<strong>da</strong>m os conteúdos trabalhados no Curso, os textos que ca<strong>da</strong><br />

professor avalia terem quali<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente para serem socializados com os companheiros do grupo,<br />

os próprios textos... todos têm lugar no Fichário, que abriga a <strong>Coletânea</strong> e o Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Registro.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s competências profissionais dos educadores passa necessariamente pela<br />

ampliação do universo <strong>de</strong> conhecimentos e pela reflexão sobre a prática. Portanto, o Fichário po<strong>de</strong><br />

progressivamente se tornar um aliado nesse processo: por meio dos textos lidos e do registro<br />

escrito, é possível não só apren<strong>de</strong>r mais sobre os conteúdos <strong>da</strong> formação e analisar criticamente a<br />

prática profissional,mas também ampliar as capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e escrita,<strong>de</strong> interpretação e expressão.<br />

Em seu livro 40 escritos, (Editora Iluminuras, 2000) Arnaldo Antunes diz algo que traduz a certeza<br />

– que também temos – <strong>de</strong> que ca<strong>da</strong> texto é único: "A frase que eu digo não será a mesma<br />

frase se sair <strong>da</strong> sua boca. Ou se eu a disser <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um período. Ou com outra or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

palavras. Ou se houver uma trilha sonora ao fundo. Ou se mu<strong>da</strong>rmos a trilha sonora. Ou se ela<br />

for escrita numa letra trêmula. Ou em tipo composto num jornal. Ou como letreiro <strong>de</strong> uma loja.<br />

Ou se dita só para testar o eco <strong>de</strong>sta sala. Ou se for mentira. Ou se tiver uma platéia escutando."<br />

Também ca<strong>da</strong> leitura é única, singular... e o <strong>de</strong>safio é compartilhá-la, torná-la acessível ao outro e<br />

fazê-lo enten<strong>de</strong>r nosso ponto <strong>de</strong> vista. Afinal, a eficácia <strong>da</strong> comunicação está na aproximação<br />

máxima entre o que se pretendia dizer, o que efetivamente se disse e o que é compreendido.<br />

Esperamos que todos os professores cursistas não só leiam muitos textos e <strong>de</strong>les se apropriem,<br />

mas que produzam os seus próprios, para que muitos outros leiam. Conquistando ca<strong>da</strong> vez mais<br />

essa aproximação entre o dito e o compreendido.<br />

Equipe Pe<strong>da</strong>gógica do Programa <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Professores Alfabetizadores

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