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intensificada pelo seu envolvimento nos IWW. A Wobblies proclamou publicamente<br />
que:<br />
“há apenas uma única organização de trabalho nos Estados Unidos que admite<br />
trabalhadores negros em absoluta igualdade com os brancos – a Industrial Workers of<br />
the World… Nos IWW os trabalhadores negros, homem ou mulher, estão em igual pé<br />
com todos os outros trabalhadores.”<br />
Mas os IWW eram uma organização sindical concentrada nos trabalhadores<br />
industriais, que – graças à discriminação racista – eram sobretudo brancos. A pequena<br />
minoria de trabalhadores industriais negros incluindo praticamente nenhumas<br />
<strong>mulheres</strong>, que permaneciam absolutamente banidas das ocupações industriais. De<br />
facto, a maior parte dos trabalhadores negros, homens e <strong>mulheres</strong>, ainda trabalhavam<br />
na agricultura ou no serviço doméstico. Como resultado, apenas uma fracção de<br />
população negra podia ser alcançada na união industrial – a menos que a união<br />
lutasse arduamente para a admissão do povo negro na indústria.<br />
Elizabeth Gurley Flynn tornou-se ativa no partido comunista em 1937 e emergiu<br />
depressa como uma das maiores líderes da organização. Trabalhando numa base<br />
intimista com comunistas negros como Benjamin Davis e Claudia Jones, ela<br />
desenvolveu uma compreensão do papel central da libertação dos negros dentro da<br />
batalha global pela emancipação da <strong>classe</strong> trabalhadora. Em 1948 Flynn publicou um<br />
artigo no “Political Affairs” (relações políticas) o jornal teórico do partido, no âmbito do<br />
dia internacional das <strong>mulheres</strong>. Como ela argumentou nesse artigo,<br />
“O direito ao trabalho, a treino, aprendizagem, promoção e igual antiguidade, proteção<br />
na saúde e segurança, oportunidades adequadas para cuidados infantis – estes<br />
permanecem as exigências urgentes das <strong>mulheres</strong> trabalhadoras organizadas, e são<br />
necessárias por todas que trabalham arduamente, especialmente as <strong>mulheres</strong><br />
negras…”<br />
Criticando a desigualdade entre as <strong>mulheres</strong> veteranas de guerra e os homens<br />
veteranos de guerra, ela lembrou os seus leitores que as <strong>mulheres</strong> negras veteranas<br />
sofreram um nível mais elevado que as suas irmãs brancas. De facto, as <strong>mulheres</strong><br />
negras eram geralmente apanhadas três vezes mais no vínculo da opressão.<br />
“Todas as desigualdades e invalidez infligidas sobre as <strong>mulheres</strong> brancas foram<br />
agravadas em mil vezes entre as <strong>mulheres</strong> negras, que foram triplamente exploradas<br />
– como negras, como trabalhadoras e como <strong>mulheres</strong>.”<br />
Esta análise do “triplo risco”, aliás, foi mais tarde proposta pelas <strong>mulheres</strong> negras que<br />
pensaram a influência nos estágios iniciais do movimento contemporâneo da<br />
libertação das <strong>mulheres</strong>.<br />
Enquanto a primeira autobiografia de Elizabeth Gurley Flynn “I speak my own piece<br />
(ou the rebel girl)” fornecia fascinantes vislumbres sobre a sua experiência como uma<br />
agitadora dos IWW, o seu segundo livro, “The Alderson Story (ou my life as a political<br />
prisoner), revela uma nova maturidade política e uma consciência mais profunda do<br />
racismo. Durante a era do assalto McCarthy ao Partido Comunista, Flynn foi presa em<br />
New York, bem como outras três <strong>mulheres</strong>, acusadas de “ensinar e defender a<br />
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