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Quando os Republicanos ortodoxos replicaram a exigência pós-guerra pelo sufrágio<br />

das <strong>mulheres</strong> com o slogan “é a hora do negro”, eles estavam a dizer debaixo dos<br />

seus fôlegos, “esta é a hora de mais dois milhões de votos para o nosso partido”. No<br />

entanto Elizabeth Cady Stanton e as suas seguidoras pareceram acreditar que era a<br />

“hora do homem” e que os republicanos estavam preparados a estender aos homens<br />

negros todos os privilégios da supremacia masculina. Quando foi questionada por um<br />

delegado negro em 1867 na Equal Rights Convention (Convenção dos Direitos Iguais)<br />

se ela se opunha à extensão ao voto aos homens negros enquanto as <strong>mulheres</strong> não<br />

tivessem também direitos, ela respondeu:<br />

“Eu digo não, eu não confiarei nele os meus direitos; degradado, oprimido, ele próprio<br />

será mais déspota… que os nossos legisladores saxónicos foram…”<br />

O princípio da unidade por debaixo da criação da Equal Rights Association<br />

(Associação dos Direitos Iguais) foi indubitavelmente desacreditada. Quando Frederick<br />

Douglass concordou em ser co-vice-presidente com Elizabeth Cady Staton (bem como<br />

Lucretia Mott, que foi eleita presidente da associação) simbolizou a natureza séria da<br />

sua busca pela unidade. Parecia no entanto que Stanton e algumas das suas cotrabalhadoras<br />

infelizmente perceberam a organização como um significado da garantia<br />

que os homens negros não iriam receber os direitos enquanto as <strong>mulheres</strong> brancas<br />

recebem também. Quando a Equal Rights Association (Associação dos Direitos Iguais)<br />

resolveu agitar-se pela passagem da Décima Quarta Emenda – cuja limitação<br />

partilhava os representantes do Congresso em concordarem com o número de<br />

cidadãos homens negados do direito de votar nas eleições federais – as <strong>mulheres</strong><br />

brancas sentiram-se fundamentalmente traídas. Depois da Associação votar o apoio à<br />

Décima Quinta Emenda – que proibia o uso da raça, cor ou condição prévia de<br />

servidão como base para negar a cidadãos o direito ao voto – a fricção interna entrou<br />

em erupção numa guerra ideológica aberta e estridente. Como colocou Eleanor<br />

Flexner:<br />

“a indignação de (Stanton) e de Susan Anthony não conheceu limites. O mais recente<br />

testemunho foi “eu cortarei o meu braço direito se eu trabalhar mais pela demanda do<br />

voto para o negro e não pela mulher”. A sra. Stanton fez derrogar referências de<br />

“Sambo” e os direitos dos “africanos, chineses, e todos os ignorantes estrangeiros no<br />

momento em que tocam a nossa costa”. Ela avisou que a defesa dos Republicanos<br />

pelo sufrágio dos homens “criava um antagonismo entre os homens negros e todas as<br />

<strong>mulheres</strong> que iria culminar numa temível afronta à natureza das <strong>mulheres</strong>,<br />

especialmente nos estados do Sul.”<br />

Quer o criticismo da Décima Quarta e Decima Quinta Emendas exprimido pelas<br />

líderes do movimento dos direitos das <strong>mulheres</strong> foi justificável ou não foi ainda<br />

debatido. Mas uma coisa parece indiscutível: a sua defesa dos seus próprios<br />

interesses de <strong>mulheres</strong> brancas de <strong>classe</strong> média – numa egoísta frequência e forma<br />

elitista – expôs a ténue e superficial natureza da sua relação com a campanha da<br />

igualdade para os negros no pós-guerra. Admitindo, as duas Emendas excluíram as<br />

<strong>mulheres</strong> do novo processo de aquisição de direitos e tal foi interpretado por elas<br />

como um detrimento dos seus ganhos políticos. Concedido, elas sentiram que tinham<br />

um caso poderoso pelo sufrágio tal como os homens negros. No entanto na<br />

articulação da sua oposição argumentando os privilégios da supremacia branca, elas<br />

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