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publicou o seu trabalho admirável “The Black Familky in Slavery and Freedom”. A<br />

investigação de Gutman pôs a descoberto evidências fascinantes da prosperidade e<br />

desenvolvimento da família durante a escravatura. Não foi a infame família matriarcal<br />

que ele descobriu, mas antes uma envolvente esposa, marido, filhos e frequentemente<br />

outros familiares, bem como parentes adoptivos.<br />

Auto dissociando das questionáveis conclusões econométricas alcançadas por Fogel e<br />

Engerman, que diziam que a escravatura deixou a maior parte das famílias intactas,<br />

Gutman confirma que um número sem conta de famílias escravas foram forçadamente<br />

despedaçadas. A separação, através da venda indiscriminada de maridos, <strong>mulheres</strong> e<br />

filhos, foi uma terrível marca da variedade da escravatura norte americana. Mas, como<br />

ele assinala, os elos de amor e afeto, as normas culturais que governavam as relações<br />

familiares, e o poderosíssimo desejo de permanecer juntos sobreviveu à devastação<br />

do ataque da escravatura.<br />

Na base das cartas e documentos, como os registos de nascimentos recuperados das<br />

plantações listando pais bem como mães, Gutman demonstrou não apenas que os<br />

escravos aderiram a normas estritas de regulação da organização das suas famílias,<br />

bem como essas normas diferiam do governo das famílias brancas à sua volta.<br />

Casamentos tabus, práticas sexuais – as quais aprovavam relações sexuais pré-<br />

matrimoniais – deixou os escravos fora do círculo dos seus donos. Enquanto tentavam<br />

desesperadamente e diariamente manter as suas famílias vivas, gozando de tanta<br />

autonomia quanto podiam, os homens escravos e <strong>mulheres</strong> manifestaram um talento<br />

irrepreensível em humanizar o ambiente desenhado em convertê-los num rebanho de<br />

unidades de trabalho sub-humanas.<br />

“as escolhas diárias dos homens escravos e <strong>mulheres</strong> – tal como permanecer com a<br />

mesma esposa por muitos anos, dar nome ou não dar nome ao pai da criança, ter<br />

como esposa uma mulher que teve filhos sem nome de pai, dar a um recém-nascido o<br />

nome de um pai, uma tia ou um tio, ou um avô, e dissolver um casamento<br />

incompatível – contradisse em comportamento, não em retórica, a poderosa ideologia<br />

que via o escravo como uma “criança” perpétua ou uma reprimido “selvagem”… as<br />

organizações domésticas e a rede de parentes nas comunidades largas que surgiram<br />

desde os laços primordiais tornou óbvio para as suas crianças que os escravos não<br />

eram “não-homens” e “não-<strong>mulheres</strong>”.<br />

Foi uma infelicidade que Gutman não investiu em determinar a posição actual da<br />

mulher dentro da família escrava. Na demonstração da existência da complexa vida<br />

familiar que circundava maridos e esposas, Gutman eliminou um dos principais pilares<br />

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