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O Poeta Mago - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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Introdução<br />

Mário Cesariny de Vasconcelos é não só autor de uma obra poética vasta e<br />

complexa que dialoga com diversos caminhos estéticos, como o <strong>da</strong><strong>da</strong>ísmo, o neo-<br />

realismo e o surrealismo, mas também um grande artista plástico, forman<strong>do</strong> a sua obra<br />

um To<strong>do</strong> que não é fácil seccionar. No entanto, e <strong>da</strong><strong>da</strong>s as limitações impostas por este<br />

tipo de dissertação, tornou-se necessário recorrer a um critério que permitisse fazer uma<br />

delimitação <strong>do</strong> âmbito <strong>do</strong> trabalho de pesquisa agora apresenta<strong>do</strong>.<br />

Em primeiro lugar, importa, então, explicar os motivos que presidiram à<br />

delimitação <strong>do</strong> tema desta dissertação. Na obra poética de Mário Cesariny, são várias as<br />

referências ao mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> magia e <strong>do</strong> ocultismo. Efectivamente, nos poemas de Cesariny,<br />

e, por vezes, desde logo nos títulos, encontramos vocabulário pertencente ao código <strong>da</strong><br />

linguagem mágica. Mas também em certas imagens <strong>do</strong> <strong>Poeta</strong>, bem como no que respeita<br />

ao mo<strong>do</strong> como Cesariny se apresenta em público, podemos observar uma aproximação<br />

<strong>do</strong> poeta a uma figura relaciona<strong>da</strong> com um mo<strong>do</strong> de estar no mun<strong>do</strong> que se afasta <strong>da</strong><br />

condição <strong>do</strong> ser humano comum e se aproxima <strong>da</strong> <strong>do</strong> mágico. Perante tais factos,<br />

pensou-se na possibili<strong>da</strong>de de tratar uma questão ain<strong>da</strong> pouco estu<strong>da</strong><strong>da</strong> na obra de<br />

Mário Cesariny, a relação entre poesia e magia, bem como as figurações de poeta que<br />

tal relação projecta. Embora a questão <strong>da</strong> magia pudesse ser equaciona<strong>da</strong> também<br />

relativamente à obra plástica de Cesariny, não seria possível, pelos motivos já referi<strong>do</strong>s,<br />

abarcar a obra <strong>do</strong> Artista na sua globali<strong>da</strong>de. E sen<strong>do</strong> este um estu<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> no<br />

<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s Literários, cingimo-nos fun<strong>da</strong>mentalmente à obra poética, sempre<br />

cientes, porém, que só um estu<strong>do</strong> que envolva as duas dimensões poderá <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong><br />

articulação <strong>da</strong> Obra de Cesariny com a Magia em to<strong>da</strong> a sua profundi<strong>da</strong>de.<br />

É ain<strong>da</strong> relevante explicitar que, mesmo dentro <strong>da</strong> obra poética de Cesariny,<br />

trataremos apenas os poemas que se relacionam mais directamente com a questão <strong>da</strong><br />

magia. Provin<strong>do</strong> esta relação entre poesia e magia na poesia de Cesariny de um diálogo<br />

com o Surrealismo de Breton, que introduziu esta questão no seu Segun<strong>do</strong> Manifesto <strong>do</strong><br />

Surrealismo (1930), trataremos, neste estu<strong>do</strong>, apenas a dimensão surrealista <strong>da</strong> poesia<br />

de Mário Cesariny, por ser nesse contexto que tal relação ganha senti<strong>do</strong>.<br />

A presente dissertação encontra-se dividi<strong>da</strong> em duas partes principais: a Parte I é<br />

dedica<strong>da</strong> ao estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s figurações de poeta relaciona<strong>da</strong>s com o mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> magia e <strong>do</strong><br />

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