BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
FERNAN<strong>DO</strong> PINHEIRO <strong>–</strong> 34<br />
No cemitério dos cristãos. Antes, anotou palavras que<br />
inspiram uma prece sentida:<br />
“Em qualquer recanto do Globo em que me asile,<br />
no labiríntico tumultuar das cortes, ou no plácido remanso<br />
da natureza, no centro da risonha prosperidade, ou a<br />
braços com a feia adversidade, oh! nunca este dia<br />
deixará de ser por mim consagrado à mais viva, à<br />
mais pungente saudade, nem os meus suspiros,<br />
convertidos em ardentes preces, deixarão de subir ao<br />
trono do Senhor”.<br />
O tema central da elegia No cemitério dos<br />
cristãos, de <strong>Lisboa</strong> <strong>Serra</strong>, é a saudade e as meditações<br />
acerca da vida em outra dimensão maior. Assim é o<br />
início do canto elegíaco:<br />
“Asilo da solidão!... morada escusa<br />
Dos mortos! Quão sublime falas<br />
Ao coração do Vate, que te busca<br />
De saudosas memórias repassado,<br />
(Oh! Quão saudosas!) e no pó das campas<br />
Vem meditar saudades, que revela<br />
silêncio dos túmulos!” (9)<br />
Acompanhar o pensamento poético de <strong>Lisboa</strong><br />
<strong>Serra</strong> é o mesmo que ouvir a avena tangida ao longe<br />
pelo pastor, a musicalidade tem o dom de conduzir<br />
rebanhos. Se fôssemos comparar, em música, a poesia<br />
do <strong>poeta</strong> maranhense, com certeza, iríamos citar o<br />
Réquiem (parte V), de Anton Bruckner. Em 20/9/2009, o<br />
maestro Charles Roussin, à frente da Camerata Antíqua<br />
de Curitiba. regeu esta música.<br />
(9) LISBOA SERRA, <strong>presidente</strong> do Banco do Brasil (5/9/1853 a<br />
15/1//1855) <strong>–</strong> in Cemitério dos Cristãos <strong>–</strong> Tributo de Saudade <strong>–</strong><br />
Typographia Monarchica <strong>–</strong> 1842 <strong>–</strong> Acervo: Biblioteca Nacional.