BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
FERNAN<strong>DO</strong> PINHEIRO <strong>–</strong> 36<br />
Anjo meu muito amado, e lá modulas<br />
Os cânticos de Deus: asinhas brancas<br />
Nos azulados ares te equilibram<br />
Em torno do Seu trono.<br />
Mas ah! Não percas tu com a forma angélica<br />
Ideias do passado (tão ditoso)<br />
Lá no seio da glória uma lembrança<br />
Guarda do Irmão querido!”<br />
(...)<br />
Espraiando o olhar sobre os jazigos do<br />
cemitério, aquele olhar do mundo das formas e das<br />
aparências em que inspirou o rei Salomão a falar do<br />
mesmo assunto, o <strong>poeta</strong> contemplou o final daqueles<br />
que se apegam a este mundo:<br />
“Vaidade d’ este mundo! Vã soberba!<br />
Ostentação! Grandezas! Eis a escolha<br />
Onde certo o naufrágio vos espera!”<br />
A luz original, que o compositor austríaco<br />
Gustav Mahler a transformou em sinfonia, ilumina os<br />
escritos do <strong>poeta</strong>:<br />
“No berço, e no sepulcro, <strong>–</strong> dois elos<br />
Da viagem do homem sobre a terra <strong>–</strong><br />
Seus desígnios bem claros patenteiam.<br />
Iguais todos formando a natureza.<br />
Mas na cega carreira o mortal cego,<br />
Da essência deslembrado, não receia<br />
Transgredir esta lei suave e doce!<br />
Tão suave, tão doce, que bastara<br />
Delícias a entornar sobre o universo!<br />
Ah! Se viesse meditar nas campas<br />
Um’ hora ao menos o mortal na vida! ”<br />
A inspiração poética, revelada a seguir, denota<br />
a sabedoria que vem do Ganges: “Na literatura védica<br />
está escrito que há duas maneiras do ser humano deixar