BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
BANCO DO BRASIL – Lisboa Serra, poeta, tribuno e presidente
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
FERNAN<strong>DO</strong> PINHEIRO <strong>–</strong> 48<br />
sua brilhante inteligência, doce caráter e ótimo<br />
procedimento, seguiu em 1834 para Portugal e na<br />
Universidade de Coimbra tomou os graus de bacharel<br />
formado em matemática e em ciências naturais.<br />
Em Coimbra, <strong>Lisboa</strong> <strong>Serra</strong> cultivou a poesia<br />
com ardor e preanunciando-se, em felizes<br />
composições, futuro <strong>poeta</strong> de alto merecimento: entre<br />
alguns de seus belos cantos avulta o que tem<br />
por título Subindo pelo Vouga. De volta ao seu<br />
Maranhão a sepultura de sua irmã queridíssima o fez<br />
derramar d’alma. No Cemitério dos Cristãos <strong>–</strong> canção,<br />
melodia melancólica, profunda, longo gemido cheio do<br />
mais terno sentimento.<br />
Companheiro, amigo fiel de Gonçalves Dias,<br />
<strong>Lisboa</strong> <strong>Serra</strong> também <strong>poeta</strong> inspirado parecia ter<br />
de acompanhá-lo no amor e no culto das musas.<br />
Mas não foi assim: por que? ... ninguém o sabe.<br />
<strong>Lisboa</strong> <strong>Serra</strong> deixou o Maranhão, e veio para a<br />
capital do Império em 1842: já abastado pela herança<br />
paterna, duplicou a fortuna com o dote elevado de<br />
muito querida noiva que desposou, coroando ternos<br />
votos antes trocados em Coimbra com amada jovem<br />
fluminense.<br />
Contradição inexplicável! ... após o enlace poético,<br />
feliz, abençoado, resplendente de amor, o <strong>poeta</strong><br />
divorciou-se com as musas!...<br />
<strong>Lisboa</strong> <strong>Serra</strong> foi nomeado inspetor da tesouraria<br />
da província do Rio de Janeiro. Foram as cifras e os<br />
cálculos que apagaram nele a flama da poesia?