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A PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL - Nucleo de Humanidades

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<strong>de</strong>mocrática (política, social, econômica e cultural). Esse regime autoritário era mantido<br />

por pactos com o capital internacional, coor<strong>de</strong>nado pelo Serviço Nacional <strong>de</strong> Informação<br />

(SNI), pelas práticas <strong>de</strong> cassação <strong>de</strong> direitos políticos, prisões e torturas.<br />

A Psicologia Social, até o início dos anos 1960 parecia que daria respostas a<br />

todos os problemas sociais, mas foi atravessada por uma polêmica em torno <strong>de</strong> seu caráter<br />

teórico e i<strong>de</strong>ológico, ocasionando uma crise. Tal crise foi <strong>de</strong>vida tanto à sua metodologia<br />

como às formas <strong>de</strong> teorização utilizadas, pois a Psicologia <strong>de</strong> até então não havia<br />

<strong>de</strong>senvolvido uma base sólida <strong>de</strong> conhecimentos estruturada na realida<strong>de</strong> social e nas<br />

vivências cotidianas. Sua teorização era centrada, segundo Krüger (1986), no cognitivismo<br />

(relevo aos fatores cognitivos do indivíduo), no experimentalismo como método <strong>de</strong><br />

pesquisa, no individualismo (ou seja, na análise dos fenômenos sociais a partir da<br />

perspectiva do indivíduo), no etnocentrismo (já que este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> indivíduo era o<br />

estabelecido na cultura norte-americana), no uso <strong>de</strong> microteorias (ou seja, na investigação<br />

<strong>de</strong> micro-espaços do social) e, finalmente, na perspectiva a-histórica, já que o "homem"<br />

estudado através <strong>de</strong>stes diversos invólucros seria um homem presente em todos os tempos<br />

e espaços. Para superar a crise, segundo Bonfim (2003a), seria necessário buscar uma<br />

maior e mais cuidadosa produção <strong>de</strong> conhecimento, discutindo as questões i<strong>de</strong>ológicas,<br />

elucidando os conflitos sociais, analisando as diferenças individuais, grupais e<br />

comunida<strong>de</strong>s e questionando seu papel político.<br />

Assim, a crise teórica <strong>de</strong> caráter internacional que aconteceu nesse período<br />

residiu em gran<strong>de</strong> parte nas dúvidas sobre o método experimental e sobre a sua a<strong>de</strong>quação<br />

à complexida<strong>de</strong> e exigências do objeto <strong>de</strong> estudo, pois, as regras do comportamento<br />

humano, contrariamente às das ciências naturais, não po<strong>de</strong>m ser estabelecidas<br />

<strong>de</strong>finitivamente, porque elas se alteram em função das circunstâncias culturais e históricas.<br />

Desse modo, as investigações <strong>de</strong>veriam esten<strong>de</strong>r-se do individual para o social, levar em<br />

conta o político e o econômico, no sentido <strong>de</strong> se obter uma compreensão apropriada da<br />

evolução da psicologia contemporânea e da vida social.<br />

No Brasil, a Psicologia Social cresceu em meio às conturbações políticas e<br />

sociais internas. Cresceram, também, nas empresas e nas instituições brasileiras, as práticas<br />

<strong>de</strong> dinâmica <strong>de</strong> grupo e <strong>de</strong> intervenção psicossociológica que privilegiavam as relações<br />

interpessoais, empresariais e/ou terapêuticas. Houve ainda um crescente aumento no<br />

número <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> psicologia criados no país.<br />

A década <strong>de</strong> 1960 também foi importante para a Psicologia pela conquista <strong>de</strong><br />

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