A PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL - Nucleo de Humanidades
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emprego. O po<strong>de</strong>r já não estava somente com o Estado, mas também em instituições<br />
sociais que criticavam e <strong>de</strong>nunciavam exclusões e opressões.<br />
Nesse período, a Psicologia Social no Brasil, <strong>de</strong> acordo com Bomfim (2003a),<br />
buscou autonomia científica, por um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s: crescimento expressivo da<br />
produção publicada, <strong>de</strong>talhamento das temáticas anteriormente abordadas (educação,<br />
saú<strong>de</strong>, comunida<strong>de</strong>, trabalho, etc.), inclusão <strong>de</strong> outras (representações sociais, relações <strong>de</strong><br />
gênero, movimentos sociais, etc.) através <strong>de</strong> estudos realizados, além <strong>de</strong> publicação <strong>de</strong><br />
estudos e ampliação da divulgação <strong>de</strong> aplicações da psicologia social, principalmente em<br />
relação aos trabalhos com comunida<strong>de</strong>s carentes.<br />
Predominou, nesse momento, a busca por uma nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, com muitos<br />
<strong>de</strong>bates, congressos, encontros, publicações, reflexões. Cotejem-se alguns aspectos<br />
enumerados por Bock (1999): encerravam-se duas etapas da categoria, uma marcada pelas<br />
intervenções e lutas corporativistas, e outra que teve como resultado a consolidação da<br />
profissão no Brasil; engajavam-se os psicólogos nas lutas junto aos trabalhadores e<br />
começavam a participar <strong>de</strong> movimentos sindicais para a construção da Central Única dos<br />
Trabalhadores (CUT). A partir daí, iniciou-se uma mudança na história <strong>de</strong>sses<br />
profissionais através <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates e reflexões sobre seus problemas, com a proposta <strong>de</strong> uma<br />
atuação mais a<strong>de</strong>quada junto à população brasileira e suas necessida<strong>de</strong>s.<br />
Essa década foi importante para a Psicologia Social, pois além do aumento da<br />
produção <strong>de</strong> artigos e dissertações <strong>de</strong> mestrado, foram criados os primeiros cursos <strong>de</strong><br />
doutorado específicos nessa área e <strong>de</strong>fendidas as primeiras teses nos cursos instituídos.<br />
Vale ressaltar que com a criação das associações científicas, entre elas a “Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Psicologia Social” (ABRAPSO), em julho <strong>de</strong> 1980, e a “Associação Nacional<br />
<strong>de</strong> Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia” (ANPEPP), em julho <strong>de</strong> 1983, a Psicologia,<br />
<strong>de</strong> modo geral e a social <strong>de</strong> modo específico, <strong>de</strong>ram um salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> por meio dos<br />
encontros promovidos com a categoria em diferentes eventos científicos.<br />
O Brasil da década <strong>de</strong> 1990 mantinha algumas características da década<br />
anterior, tais como estagnação econômica, grave crise social, inflação <strong>de</strong>scontrolada e caos<br />
nas finanças públicas, <strong>de</strong>vido às dívidas internas e externas. Foi a época em que a<br />
Psicologia, segundo Bock (1999), partiu para a sistematização da diversida<strong>de</strong> construída na<br />
década <strong>de</strong> 1980, quando os psicólogos refletiram e construíram novas idéias.<br />
A categoria que, anteriormente, almejava uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para o psicólogo, <strong>de</strong>u<br />
lugar, na década <strong>de</strong> 1990, à preocupação com a imagem da Psicologia e do psicólogo junto<br />
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