Nina Rodrigues - Biblioteca Digital do Senado Federal
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146 <strong>Nina</strong> <strong>Rodrigues</strong><br />
“Esta prevenção nossa não se firma em fa tos de publicidade recente<br />
e cuja averiguação ainda não é completa e satisfatória; baseia-se em<br />
observações verídicas e inconcussas de manifestações epidêmicas, seguin<strong>do</strong>-se<br />
a tais tra balhos de escavações, e não ten<strong>do</strong> outra causa conhecida e<br />
apreciável.<br />
“Apesar <strong>do</strong>s propósitos inteligentes <strong>do</strong> ad ministra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> cemitério<br />
de Maçaranduba, não podemos absolver este cemitério de qualquer<br />
culpa que ele possa ter, não na atual epidemia, mas em moléstias de natureza<br />
séptica que se manifestem em suas vizinhanças.<br />
“A fábrica de fiação da Penha acha-se em boas condições sanitárias,<br />
e melhores seriam ainda se o Governo ou a municipalidade,<br />
auxi lian<strong>do</strong> o seu gerente ou proprietário, industrial ativo e adianta<strong>do</strong>,<br />
fizesse um cais da Penha ao Forte com o fim de impedir que naquelas<br />
praias ficassem em putrefação, expostas a ar dentíssimo sol, substâncias<br />
organizadas, resíduos vegetais ou animais, que o mar e os mo ra<strong>do</strong>res nela<br />
depositam.<br />
“O mata<strong>do</strong>uro, edifício modesto, porém lim po e assea<strong>do</strong>, preenche<br />
regularmente o seu fim, e não deve causar dano algum à salubridade<br />
local.<br />
“Entretanto seus proprietários conseguiam uma higiene mais<br />
completa para o estabelecimento e arre<strong>do</strong>res, levan<strong>do</strong>, como disseramnos<br />
que pretendiam fazer, os canos de esgoto das águas servidas e restos<br />
<strong>do</strong> sangue e das vísceras até uma grande distância pelo mar adentro, de<br />
sorte que as bocas <strong>do</strong>s canos nunca ficassem a descoberto nas grandes<br />
vazantes.<br />
“Quanto aos conselhos que nos julgamos obriga<strong>do</strong>s a dar<br />
à população, relativamente à epidemia reinante em Itapagipe mais se<br />
recom endam eles ao bom senso <strong>do</strong> público <strong>do</strong> que ao prestígio e força<br />
da autoridade.<br />
“Os enfermos da moléstia de Itapagipe de vem isolar-se o mais<br />
que for possível, isto é, de vem evitar não só a presença e ainda mais a vi sita<br />
e a freqüência das pessoas atacadas, como não fazer longos trânsitos ou<br />
percorrer grandes distâncias, porque podem levar aonde forem a moléstia<br />
que assim se propaga.